Arte de Astérix de Uderzo vai a leilão contra a vontade da família

Um desenho de 1963 do ilustrador francês Albert Uderzo, retratando o herói Asterix, será leiloado no domingo em Bruxelas. Familiares estão contra e declaram ser uma peça roubada.

Arte roubada?

A leoiloeira Millon declara que o desenho pertence ao filho de um homem que o recebeu como doação de Uderzo há mais de 50 anos. No entanto, a viúva e filha de Uderzo, Ada e Sylvie contestam essa propriedade, alegando a ausência de certificados ou menções escritas pelo ilustrador.

Uma denúncia por “furto com abuso de confiança ou roubo” foi formalizada em novembro pela advogada Orly Rezlan, representando Ada e Sylvie, junto à promotoria de Bruxelas.

A famíla opõe-se

A família argumenta que Uderzo expressou publicamente a sua oposição à venda de desenhos sem dedicatória ou certificado, mas a filial belga da Millon, uma casa de leilões com sede em Paris, discorda desse ponto, afirmando que a ausência de autógrafo não implica roubo.

Arnaud de Partz, diretor-geral da Millon Belgium, apontou que várias peças não autografadas de Uderzo já foram vendidas oficialmente em leilões públicos.

A polémica ronda à volta do desenho original da capa de “Asterix e Cleópatra“, medindo 32×17 centímetros e avaliado entre 400.000 e 500.000 euros.

As origens do desenho

Na capa da história original de 1963, Uderzo fez uma paródia do filme “Cleópatra” de Hollywood, então o mais caro da história do cinema. Cleópatra desenhada por Uderzo imita a pose de Elizabeth Taylor no cartaz do filme. Astérix posa como Júlio César, interpretado por Rex Harrison, e Obélix como Marco António, papel de Richard Burton no filme.