Análises de indies para jogar no fim do Verão
O Verão está a chegar ao fim, e hoje trazemos-vos uma grande ronda de análises de jogos indie, para aproveitarem ainda o tempo caloroso, entre eles The Bookwalker: Thief of Tales, Hammer of Virtue, Super Space Club, I Am Future, Monster Racing League e Rise of the Triad: Ludicrous Edition.
The Bookwalker: Thief of Tales
The Bookwalker: Thief of Tales é um jogo de aventura, desenvolvido pela Do My Best Games, e editado pela tinyBuild. Neste jogo, seguimos a história de Etienne Quist, um escritor que se tornou ladrão e tem a capacidade de mergulhar em livros, explorando a escrita por uma perspectiva muito diferente.
Com um início cativante, é fácil cairmos no encanto de The Bookwalker, com o seu conceito único, abordando uma ideia de forma intiuitiva, também pela mistura de géneros, usados de forma muito apropriada. Enquanto que no mundo real vimos tudo pelos olhos de Etienne, dentro dos livros, o mundo é explorado na terceira pessoa. O facto de ser necessário irmos saltando entre mundos, permite que a ideia de que tudo pode acontecer seja levado a sério, e aguça muito a curiosidade.
À medida que vamos explorando a narrativa, vamos também conhecendo cada vez sobre a personagem e como ela pensa, com o jogador a ter que, muitas vezes, adoptar um pensamento crítico e criativo perante algumas das situações apresentadas.
Por outro lado, The Bookwalker é jogado de forma linear, não havendo grande margem para uma descoberta mais secreta ou livre; ao qual incluem momentos de combate por turnos, que nem sempre resultam, sendo muitas vezes inesperado, e que podem acabar por termos que voltar atrás e refazer algo.
Assim, The Bookwalker: Theif of Tales pode ser uma experiência interessante para aqueles que procuram um jogo alternativo, com uma história cativante, mas que tenham um bocadinho mais de paciência para algumas das mecânicas mais aleatórias do jogo.
Nota Final: 7/10
The Bookwalker: Thief of Tales está disponível para Windows PC (versão testada), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. O jogo também está disponível no Xbox Game Pass.
Hammer of Virtue
Hammer of Virtue é um jogo de ação desenvolvido pela No Pest Productions, que nos traz uma boa ideia com uma execução martelada.
A ideia é simples: controlamos uma personagem com um martelo grande, num ambiente completamente destrutiveis, que podemos utilizar para derrotar os vários inimigos. Acontece que Hammer of Virtue apresenta-se mais como uma demonstração técnica que propriamente um jogo capaz de nos manter por mais de um quarto de hora, sem que o mesmo se torne repetitivo.
Atirando-nos quase literalmente aos lobos, sobreviver às mecânicas de jogo não é fácil, não havendo um tutorial inicial, nem acesso aos controlos in-game – fomos forçados a voltar ao menu inicial para decifrar como jogar – acaba por tornar muito frustrante todas as experiências de Hammer of Virtue.
Nisto, o grande problema do jogo é o mesmo ser apresentado como uma versão final inicial e não em Acesso Antecipado, onde poderíamos ter em consideração as inúmeras más decisões a poderem ser corrigidas. Causar o caos nunca deveria ser tão aborrecido.
Nota Final: 2/10
Hammer of Virtue está disponível para Windows PC (versão testada)
Super Space Club
Fãs de jogos arcade com um tom lo-fi podem encontrar Super Space Club como uma opção de distração colorida e relaxante, perfeito para aquelas tão necessárias pausas dos dias mais atarefados.
Desenvolvido por GrahamOfLegend, e inspirado por clássicos como Asteroids e Escape Velocity, o jogo faz para que nos apresente algum tipo de interactividade, entre a escolha da personagem com quem vamos pilotar a nave, como a forma livre e fluída podemos explorar os mapas coloridos. Tudo isto em meros segundos após entrar o jogo, passado de menus a combate em tempo recorde; e com uma das melhores e mais brilhantes bandas sonoras em videojogos este ano.
Com esta liberdade, é natural que o jogo tenha as suas próprias definições de jogabilidade, começando pelos níveis não terem propriamente um fim, podendo estar completamente à vontade neste ciclo, que poderá eventualmente se tornar repetitivo; ao qual também não existe propriamente um sistema de progressão, o que poderá afastar alguns jogadores à procura de uma experiência mais linear.
No entanto, não podemos considerar isto defeitos, mas características, pelo que a simplicidade de entrar num jogo e começar imediatamente uma exploração intergaláctica de sobrevivência é algo que muitos poucos jogos são capazes de entregar de forma consistente.
Assim, Super Space Club resulta muito bem quando jogado para aquilo que foi feito a cumprir: jogos curtos, intercalados, para momentos de descontracção e divertimento; não feito para jogadores que gostam de passar horas a fio no mesmo título. É verdadeiramente um sunset em forma de videojogo.
Nota Final: 8/10
Super Space Club está disponível para PC Windows (versão testada), Xbox One e Xbox Series X|S.
I Am Future
Imaginem que são o último ser humano vivo. O que fariam? É essa a questão que I Am Future posa aos jogadores, neste jogo de sobrevivência num mundo pós-apocalíptico, onde terão que explorar um acampamento num telhado citadino, utilizando os vários recursos ao vosso dispor, enquanto tentam decifrar a catástrofe.
Desde o primeiro momento que a mecânica de jogo nos introduz ao pequeno caos que é o nosso acampamento, onde vamos descobrindo pouco-a-pouco o que ele contém, e o que podemos efectivamente fazer com estes recursos todos à nossa disposição.
Este desafio requer uma ligeira curva de aprendizagem, pois existe muito para descobrir e perceber como tudo interliga com o mundo ao nosso redor. É uma descoberta que exige alguma paciência, como também pensamento crítico, mas com uma grande recompensa.
Nisto, I Am Future é um jogo que pode estar em Acesso Antecipado, recebendo continuamente várias actualizações importantes que expandem, não só as funcionalidades do jogo, como também contribuem para uma experiência cada vez mais positiva, demonstrando muito carinho por parte dos desenvolvedores. Com um grande desafio pela frente, e um grafismo bastante apelativo, é fácil sentirmos convidados para o caminho para o sucesso deste título.
Nota Final: 8/10
I Am Future está disponível para Windows PC (versão testada)
Monster Racing League
A franquia Mario Kart durante décadas inspira um conceito adaptado por inúmeros jogos, combinando velocidade, estratégia e combate, num pacote divertido, enquanto personagens literalmente lutam para chegar à meta. É com a chegada de Monster Racing League que temos um título online e gratuito, onde podemos competir contra outros jogadores, ou praticar a solo, recorrendo a várias personagens monstruosas.
À semelhança com outros jogos dentro do mesmo género, este tens os seus lados positivos e negativos, com uma variável entre jogabilidade bastante aceitável, uma banda sonora divertida e um grande sentido de competição; combinado por vezes com uma instabilidade com corridas que são caóticas ou meramente simples. Nem sempre resulta, mas fãs irão apreciar muito daquilo que o jogo tem para oferecer.
Ainda que esteja em Acesso Antecipado, Monster Racing League apresenta-se já bastante sólido, pecando apenas por não ter o muito esperado modo multijogador local, tal como é quase obrigatório. Fora isso, os jogadores poderão desde já experimentar o título, e mais tarde investir nos vários packs de cosméticos disponíveis. Coisas boas são esperadas em actualizações futuras, pelo que ansiamos
Monster Racing League está disponível para Windows PC (versão testada) e MacOS.
Rise of the Triad: Ludicrous Edition
Lançado originalmente em 1995, Rise of the Triad demonstrou-se ser um dos first-person shooters a mostrar potencial, após o lançamento do tão popular DOOM e Wolfenstein. No entanto, nunca chegou à grandeza, apesar das suas propriedades únicas. Saltando até ao presente dia, e eis que uma versão remasterizada chega finalmente ao PC e às consolas, com Rise of the Triad: Ludicrous Edition a trazer algo extra na bagagem, perfeito não só para os fãs que ansiavam voltar à luta, como novos jogadores que não estavam familiarizados.
Tal como os vários FPS da sua altura, Rise of the Triad envolve muito as acções de matar inimigos e obter chaves, que permitem progredir os vários níveis, explorando grandes e, neste caso, mapas irregulares, que acabam por criar algum desequilíbrio perante a jogabilidade. Este é talvez o maior ponto negativo do jogo, demonstrando uma tentativa forçada em recriar os sucessos dos quais se inspira, mas que não tem bem em mão o jeito.
Por outro lado, o jogo contém vários outros aspectos únicos, desde da escolha da personagem, ao seu charme único, e o facto de podermos utilizar duas armas ao mesmo tempo. Pode não compensar em tudo, mas certamente oferece uma abordagem diferente que vale a pena dar uma oportunidade.
Nisto, Rise of the Triad: Ludicrous Edition é uma excelente oportunidade de jogar um jogo de culto, disponível em mais dispositivos de aquando o seu lançamento original.
Nota Final: 7/10
Rise of the Triad: Ludicrous Edition está disponível para Windows PC (versão testada), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, e Nintendo Switch.
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.