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Análise jogos: Thronefall

Thronefall
Thronefall

O Central Comics embarcou numa missão para demonstrar que qualidade não requer milhões — Thronefall é a prova disso mesmo!

Sinopse de Thronefall

Constrói o teu pequeno reino e defende-o de vagas intermináveis de inimigos em Thronefall, um tower defense minimalista desenvolvido e distribuído pela GrizzlyGames, lançado em agosto de 2023.

Minimalista, mas bonito.

Análise de Thronefall

Detetei Thronefall no meu radar depois de muito alarido por parte da comunidade indie. Não me interessei muito ao início, mas quando surgiu a oportunidade de comprar o jogo por menos de 5 euros no Steam, decidi arriscar. Informo-vos que foi uma das melhores compras que já fiz.

Com uma jogabilidade e um game design simples, mas superviciante, Thronefall surpreendeu-me com a horas que me «roubou». Tudo no jogo é minimalista, mas muito bem feito, num loop que nos presenteia com um equilíbrio perfeito entre desafio e recompensa.

Equilíbrio entre desafio e recompensa.

História de Thronefall

Também neste capítulo Thronefall é minimalista, sem denunciar qualquer superficialidade, num sentido inverso a qualquer episódio do Big Brother. Vestimos a pele de um rei que tem de desenvolver uma economia básica e as defesas do reino, em vários níveis distintos. O contexto é apenas o suficiente para deixar que a imaginação faça o resto.

Suficiente para a imaginação trabalhar.

Jogabilidade de Thronefall

Este é o aspeto em que o Thronefall brilha. O design dos níveis é irrepreensível e as mecânicas são sublimes. Os edifícios têm posicionamentos pré-definidos, mas a variedade dos mesmos abre as portas paras várias alternativas estratégicas que nos obrigam a puxar pela cabeça quando chega o momento de decidir o que desenvolver.

Quando as vagas de inimigos se lançam para nos destruir, o facto de controlarmos um personagem durante o combate acrescenta uma intensidade pouco comum ao género tower defense. Há uns anos, Kingdom também conseguiu produzir este efeito, mas, na minha humilde opinião, a uma escala bastante inferior. Penso também que o FOV topdown resulta bem melhor que o sidescroller, neste campo.

Estive aqui uns 15 minutos a pensar sobre o que deveria escrever mais acerca da jogabilidade, mas cheguei à conclusão que não é necessário acrescentar nada. Game design, level design, mecânicas e equilíbrio entre desafio e recompensa complementam-se quase na perfeição — a excelência na simplicidade.

Excelência na simplicidade.

Gráficos e som de Thronefall

Os gráficos, sprites, assets e níveis são — adivinharam — minimalistas. Porém, a palete de cores compõe um design de elevada qualidade que torna todo o estilo de Thronefall muito agradável para os olhos.

A música e o som seguem a mesma linha. Sem grande profundidade, cumprem na perfeição o papel de embalar o nosso cérebro na hora de pensarmos estrategicamente e de nos empolgar quando chega a hora de combater.

Ação intensa.

Postas de pescada e um par de botas

Há uns tempos, a indústria dos videojogos foi abalada pelo lançamento de The Day Before, uma produção que angariou milhões e acabou por lançar um produto de qualidade absurdamente má, com alguns até a rotularem o projeto de «fraude». Mas não foi o único de 2023, nem de perto — consigo ainda lembrar-me de, por exemplo, Redfall, Skull Island: Rise of Kong e alguns outros que custaram fortunas, por vezes até com nomes de peso por detrás do desenvolvimento. Já o afirmei várias vezes e continuo a fazê-lo: os AAA estão num estado lastimável, raramente merecem os 40 ou 50 euros que custam e fico imediatamente de pé atrás quando sei que vem aí um novo título que promete tudo e mais alguma coisa. É claro que existem algumas exceções, como Baldur’s Gate 3 ou The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (que, há uns dias, considerei o melhor jogo de 2023 revisto por mim).

Então que nos resta, aos gamers, que é quem realmente interessa no final de tudo? É simples: os indies! As pequenas empresas ou até indivíduos independentes representam o melhor que existe na indústria. Foi assim que tudo começou, em garagens ou quartos desarrumados onde foram desenvolvidos os primeiros grandes títulos que ainda hoje ocupam um lugar especial no nosso coração. A boa notícia é que isto não acabou e continuamos a ser presenteados com verdadeiros tesouros dos videojogos, sem ter de vender um rim para os comprar.

Um bem-haja a Thronefall e à GrizzlyGames, que com meio-tostão, uma excelente ideia e muito amor obliteraram 99% dos AAA saídos em 2023.

+++

Jogabilidade, level design, game design e equilíbrio entre todos os aspetos do jogo.

Pequena dimensão do jogo — quero mais, muito mais!

Queremos mais!

Classificação: 8,5/10

Não me importaria de atribuir uma pontuação mais elevada, mas não o posso fazer por comparação a outros jogos que já joguei na minha vida. Contudo, quem tiver a paciência de ir espreitar as pontuações que atribuo, percebe que esta é bem elevada.

Thronefall está disponível no Steam a uns meros e injustos 6,89 €10,00 € seria muito mais ajustado para a qualidade que obtemos.

Para terminar, fica a dica indispensável: os videojogos, geralmente, são como alguém que nos quer engatar na discoteca — se a maquilhagem é muita e a luz pouca, vão ter uma desilusão na hora da brincadeira.

Plataforma testada: PC

Gameplay de Thronefall:

Trailer de Thronefall:

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