Análise: Immortals of Aveum
Os first-person shooters têm tido muito furor nos últimos anos, com cada vez mais variantes, algumas delas experimentais, sobretudo nas suas versões mais retro – como o incrível Turbo Overkill.
Por outro lado, a Ascendant Studios, composto por um grupo veterano de desenvolvedores de Dead Space e Call of Duty, deve ter olhado para o panorama e pensado em como poderiam abordar o género de forma diferente. É a única explicação sobre a chegada de Immortals of Aveum, publicado pela chancela da EA Originals.
Seguimos a história de Jak, um jovem que ao perder alguém muito próximo dele, decide entrar numa ordem de elite de magos de combate, num mundo rodeado de magia, enquanto defende o seu mundo na guerra. À medida que vai sendo treinado, sob a liderança de vários magos de elite, entre eles Kirkan, Jak acaba por aprender diversos feitiços e utilizar a sua magia para derrotar os soldados inimigos.
Com um elenco relativamente conhecido, que inclui Darren Barnet (Never Have I Ever), Gina Torres (Firefly, Suits), Lily Cowles (Antebellum – A Escolhida), entre muitos outros, há uma enorme componente cinematográfica que Immortals of Aveum nos apresenta; seja na sua longa e cativante narrativa, repleta de reviravoltas e muita acção, seja no desenvolvimento de algumas personagens, principalmente Jak, que praticamente sentimos a olhos vistos.
Este tipo de experiência single-player é uma muito bem vinda no panorama dos videojogos, onde a preocupação de haver modos online, multijogador e outros tantos afins, que tomaram conta da indústria, não existe de todo. Este é um jogo puramente narrativo, com cerca de 20 horas para explorar e completar a história principal. É muito jogo para ser jogado, com uma calma inerente, havendo tempo para explorar os segredos dos vários mapas, como também tempo para estar no meio da acção.
É essa acção que acaba por se destacar em maioridade em Immortals of Aveum, onde vamos aprendendo feitiços que causam todo o tipo de ataques e defesas, utilizando uma das três pulseiras mágicas, ou uma combinação rápida entre as três; ao qual se juntam tantos outros utilizando acessórios e pedras mágicas. É um processo de aprendizagem que ajuda o jogador a dominar o máximo possível os seus recursos, acabando por ser relativamente fácil saber o que fazer e quando.
Por outro lado, estamos limitados às três pulseiras, uma limitação que pode não agradar aos jogadores que procuram variedade na execução dos seus inimigos. Não obstante disso, é uma abordagem diferente do habitual, e muito bem-vinda, oferecendo a oportunidade de se experimentar algo alternativo dentro do género.
Graficamente, o jogo não desilude, oferecendo uma consistência visual e bastante sólida, ainda que por momento aparente nos relembrar dos dias de glória da era da PlayStation 3 e Xbox 360, onde víamos mais estúdios a arriscarem com títulos mais fora da caixa. É um sentimento positivo, que causa muitas saudades.
Com isto, Immortals of Aveum é um jogo apreciado pelas suas qualidades single-player, deixando-nos focar inteiramente na sua história e nas muitas oportunidade que temos para sermos verdadeiros magos de combate. Ainda que a limitação de armas possa se sentir algo repetitiva ao longo da narrativa, a introdução de novos feitiços nos tempos certos dá-nos sempre uma força extra para dominar a jogabilidade e os controlos mágicos. A narrativa é comparável a um filme ou uma série acima da média, e perfeito para todo o tipo de fãs, sobretudo aqueles que não jogam habitualmente first-person shooters. Que haja mais espaço e celebração de títulos assim!
Nota Final: 7.5/10
Immortals of Aveum está disponível para Xbox Series X|S (versão testada), PlayStation 5, e PC.
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.