Análise BD: Hard Boiled

Hard Boiled, de Frank Miller e Geof Darrow é já um clássico da banda desenhada anglo-saxónica, lançada originalmente nos inícios dos anos 1990, mas que fomos agora revisitar!

Nem sei por onde começar.

Aliás, desta vez vai ser ao contrário: vou começar pela arte. E que arte! Como é que posso caracterizar esta BD? Bem, diria que acabei de ler um “Onde Está o Wally” em banda desenhada. A arte é “ruidosa”, mas ao mesmo tempo incrivelmente detalhada. Ruidosa no sentido da confusão visual, se me faço entender. Conjugada com umas cores incríveis, diria que é algo único. Já li muita BD, com os meus simpáticos 31 anos de idade, mas nunca me tinha passado nada assim pelas minhas mãos (olhos?).

Por ter lido a sua versão digital

dei por mim a fazer zoom em muitos momentos da minha leitura. Somos brindados com pranchas incrivelmente detalhadas. Chegamos a ter dezenas e dezenas de personagens desenhadas num só local, em ambientes incrivelmente detalhados. Veículos com matrículas “Ramones”, 8UP, Nixon, Cola-Cola… são incontáveis as referências que encontrei nesta BD, que acaba também por ser uma sátira à própria sociedade. É difícil explicar por palavras. Por isso, convido-vos a analisar as imagens com muita atenção.

Quanto ao argumento

Não há muito a acrescentar. Se fosse ler esta BD às cegas, diria que era um argumento de Jodorowsky. Daqueles argumentos “psicóticos” que só ele sabe fazer.

O argumento é muito simples: robôs criados com o propósito de cumprir tarefas que os humanos já não são capazes (ou vontade de fazer). E para uma BD com mais de 30 anos, acaba por tratar de temas bem atuais, se fizermos uma profunda reflexão.

Se são apreciadores de uma fantástica arte, isto é para vocês. Se procuram um argumento profundo, passem à frente. Mas penso que merece ser apreciada.