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A sala de cinema espera por ti

Há uma porta que se abre devagar, uma luz que se apaga aos poucos, um silêncio cúmplice que se instala — e, de repente, estamos em outro mundo. Mundo onde dragões voam, onde amores se declaram à chuva, onde o impossível acontece a 24 imagens por segundo. Esse mundo chama-se sala de cinema.

Sim, podíamos ver o filme em casa. Em dispositivos móveis, na televisão 4K com som surround e o vizinho a reclamar na parede. Mas há experiências que não se encolhem para caber no sofá. Há emoções que só se amplificam quando partilhadas com desconhecidos sentados lado a lado, todos hipnotizados pelo mesmo feixe de luz e sombra.

E não, não estamos sós. Ao nosso lado, há um casal que ri com o coração, uma criança de olhos arregalados, um velho cinéfilo que reconhece no herói um eco do passado. À frente, alguém mastiga pipocas com a urgência de quem não quer perder nada. Atrás, uma gargalhada explode como aplauso espontâneo. E o som? O som envolve-nos por todos os lados, faz tremer o chão, arrepia a espinha, marca o ritmo dos batimentos cardíacos.

Como disse Steven Spielberg: O melhor lugar para ver um filme é numa sala escura cheia de pessoas que não conheces. Isso é magia.

Lilo & Stitch
Lilo e Stitch

Este verão, as emoções estão todas nas salas de cinema. Lilo & Stitch (em cartaz), em versão imagem real pela Disney, comove e diverte com a ternura havaiana da sua história sobre família e pertença. Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final (em cartaz), com Tom Cruise a desafiar a gravidade mais uma vez e a promessa de encerrar uma saga lendária com espectáculo de alto risco.

Tom Cruise, incansável defensor da experiência cinematográfica, afirmou: Faço estes filmes para as salas. Adoro a experiência coletiva, adoro ver as reações do público, os risos, os suspiros. É por isso que fazemos isto.

Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final
Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final


 Mundo Jurássico: Renascimento (estreia a 3 de julho), assinala o regresso do jurássico rugido que mudou o cinema há mais de 30 anos. Já Karate Kid traz uma nova geração ao tatami, com Ralph Macchio e Jackie Chan a passarem o legado em Karate Kid: Os Campeões (em cartaz).

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Da Pixar, Elio (estreia a 19 de junho) é uma aventura cósmica que põe uma criança terráquea a representar a Humanidade numa galáxia longe de casa. Os super-heróis também estão de volta com Superman (estreia a 10 de julho), realizado por James Gunn, e Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (estreia a 24 de julho), agora com um elenco renovado e frescura narrativa dentro do universo Marvel. E para os fãs de velocidade pura, F1 (estreia a 26 de junho) — com Brad Pitt no volante e Joseph Kosinski (de Top Gun: Maverick) na realização — promete adrenalina nas salas de cinema. E a aventura da vida de um jovem e do seu dragão amigo regressa – agora em imagem real – em Como Treinares o Teu Dragão (estreia a 12 de junho).

Brad Pitt Formula 1
F1

E há lugar para celebrar clássicos: os 50 anos de O Tubarão serão assinalados com sessões especiais nas salas a 28 de agosto — porque aquele primeiro acorde de John Williams continua a gelar a espinha como poucos.

O Tubarão

Filmes de cineastas consagrados, criados com escala, detalhe e intenção. Pensados para serem vistos como foram sonhados: no escuro, em frente ao grande ecrã, com som a sério e coração aberto. A nova criação de Wes Anderson, O Esquema Fenício, já está em cartaz. E para breve aguardam-se as estreias de Os Portugueses, de Vicente Alves do Ó, O Match Perfeito, de Celine Song, 28 Anos Depois, de Danny Boyle, A Vida de Chuck, de Mike Flanagan, Um Casal (Im)Perfeito, de Jay Roach, Éden, de Ron Howard, Batalha Atrás de Batalha, de Paul Thomas Anderson, entre dezenas de outras opções que justificam a ida a uma sala de cinema.

28 Anos Depois
28 Anos Depois

Christopher Nolan, mestre da projeção em grande formato, resume bem a questão: Cinema é partilha. É som, escala e comunhão. A sala escura é o templo da nossa imaginação coletiva.

Mas mais do que os filmes, é a experiência técnica e sensorial que distingue o cinema no cinema. Nenhuma televisão caseira, por maior que seja, reproduz a profundidade de cor, o detalhe da projecção de alta definição, a imersão total do som a percorrer o teto e as paredes, a vibração grave que sentimos no peito quando um motor arranca ou um dinossauro ruge. Na sala, não ouvimos o filme. Sentimo-lo. Cada explosão, cada silêncio, cada nota da banda sonora foi pensada para aquela acústica, para aquele escuro. E é lá, e só lá, que se vive como deve ser.


Ir ao cinema é mais do que ver um filme. É um ritual. É pagar um bilhete e, com ele, financiar sonhos: de quem escreve, de quem filma, de quem interpreta. É garantir que a arte cinematográfica continua viva. Porque, sem espectadores, o cinema apaga-se. Literalmente.

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Hoje, mais do que nunca, o cinema precisa de ti. Precisa da tua gargalhada, da tua lágrima, do teu suspiro no escuro. Precisa do som das tuas pipocas a ecoar entre trailers e créditos finais.

Vai. Escolhe o teu filme. Compra o teu bilhete. Vive o momento.

Porque o cinema, o verdadeiro cinema, ainda se vê numa sala escura. E merece ser vivido na frente de um ecrã gigante.

Ricardo Lopes

Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

One thought on “A sala de cinema espera por ti

  1. Percebo a vossa intenção, mas começar o texto a falar de um remake da Disney não é uma boa ideia para dizer o mínimo.

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