Jogos: The House of the Dead 2: Remake – Análise
The House of the Dead 2: Remake é uma recriação fiel, mas prejudicada por controlos pouco intuitivos e um design de som apagado.
Jogo: The House of the Dead 2: Remake
Disponível para: PC, Nintendo Switch
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: MegaPixel Studio S. A.
Editora: Forever Entertainment S. A.
Quando o rail-shooter de culto da Sega é modernizado para uma nova audiência, as expectativas são simples: manter o caos, melhorar os visuais e permitir-nos disparar contra zombies sem lutar contra os controlos. The House of the Dead 2: Remake tenta cumprir exatamente isso, mas a execução é irregular, divertido em certos momentos, frustrante na prática.
A primeira coisa que os veteranos vão notar é o esquema de controlos, e não pelas melhores razões. Tanto a mira por giroscópio como os controlos pelo analógico parecem pouco fiáveis, com o cursor a deslizar como se estivesse em patins. Pode-se perder facilmente 20 minutos a mexer nos ajustes de sensibilidade só para chegar a algo “jogável”, mas mesmo assim a consistência é mais sonho do que realidade. É uma desilusão, até porque o primeiro remake fez este ponto melhor, com mira mais precisa, possibilidade de jogar com ecrã tátil e até assistência de mira, tudo ausente aqui. Isto não é apenas um detalhe, num rail-shooter frenético em que a precisão é tudo, controlos maus destroem a imersão.
A dobragem é outro ponto fraco. O original era famoso por ser tão mau que acabava por ser bom, com frases ridículas e interpretações rígidas, mas com um certo charme que perdurava. O elenco deste remake nem sequer atinge esse ponto “ironicamente bom”. É apenas mau, monótono e desajeitado. Em vez de rir com o jogo, dá vontade de saltar os diálogos porque arrastam a experiência para baixo.
Visualmente, há mais brilho. Os modelos dos inimigos foram refeitos com mais detalhe e criatividade, respeitando os designs originais e, ao mesmo tempo, renovando-os. Alguns níveis ficam fantásticos em movimento, carregados de atmosfera. Outros, no entanto, parecem inacabados, há texturas que nem sempre carregam e certos cenários parecem despidos, como fundos provisórios que não chegaram a ser completados. É uma camada de tinta irregular sobre uma tela clássica.
O design de som é ainda mais fraco. O original tinha força: os rugidos dos bosses faziam tremer as colunas, os tiros soavam com impacto e o ambiente de arcade estava presente. Aqui, o volume parece abafado, os efeitos sonoros soam estranhamente fracos e os confrontos com bosses não têm o mesmo peso. É como ver um filme de ação em colunas de portátil barato quando sabemos que foi feito para surround.
Dito isto, a estrutura é fiel. Cada nível, cada encontro com inimigos, os caminhos alternativos e os múltiplos finais estão de volta. Os fãs do original vão apreciar o quanto o jogo se mantém próximo da matriz. A campanha é curta, fiel ao espírito arcade, mas modos como Training, Boss Rush e Original Mode dão-lhe um pouco mais de longevidade. Há também batotas e desbloqueáveis cosméticos, como armas alternativas e o modo cómico de “cabeças grandes”, que recuperam alguma da personalidade arcade.
A rejogabilidade, contudo, é escassa. Para um lançamento a preço completo, isto deveria ter sido incluído em conjunto com o primeiro remake, como uma coleção. Uma campanha curta, mesmo com extras, não justifica o pacote isolado.
Resta concluir que The House of the Dead 2: Remake é um remake fiel, mas cheio de falhas. Os visuais brilham na maioria, o ciclo de jogabilidade mantém-se, mas os controlos trapalhões, o áudio sem vida e a fraca dobragem impedem-no de atingir o seu potencial.
Nota: 5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.






