Jogos: Squirrel with a Gun (Nintendo Switch 2) – Análise
Squirrel with a Gun na Nintendo Switch 2 oferece caos absurdo em modo sandbox em movimento, misturando tiro preciso com giroscópio, física de fazer rir às gargalhadas e frustrações causadas por falhas técnicas.
Jogo: Squirrel with a Gun
Plataforma testada: Nintendo Switch 2
Editora: Maximum Entertainment
Já tinha jogado (e analisado) Squirrel with a Gun na PlayStation 5, sobretudo por mórbida curiosidade. Um roedor com uma Uzi tanto pode ser ouro cómico como um mau meme esticado em demasia. Levá-lo para a Nintendo Switch 2, no entanto, parecia o verdadeiro teste. Este é um jogo construído à base de gargalhadas rápidas, caos e curtos momentos de loucura, material perfeito para o modo portátil.
A premissa é tão descontrolada quanto prometido. És um esquilo que engole acidentalmente um microchip confidencial, passa a ser perseguido por agentes governamentais e descobre armas de fogo. E é isto. Sem arco emocional, sem mergulhos profundos na história. Apenas pura energia de “esquilo com uma arma”. Em termos de tom, vive algures entre o humor físico de Goat Simulator e a malícia divertida de Untitled Goose Game, mas com mais tiros e mais corpos a voar.
A jogabilidade assenta num sandbox descontraído de objetivos, desafios de plataformas e puzzles baseados em armas. Vais destruir tanques, entregar bolos, saltar entre telhados e apanhar bolotas para desbloquear equipamento cada vez mais ridículo. As armas também funcionam como ferramentas de movimento, e é aí que a magia acontece. Disparar contra o chão para te lançares no ar nunca deixa de ser satisfatório, especialmente quando isso se encadeia acidentalmente em algo ainda mais parvo.
Na Switch 2, o desempenho é maioritariamente sólido. Em modo docked corre perto dos 60 FPS, com sombras e nitidez aceitáveis, enquanto o modo portátil apresenta cortes visíveis na resolução e na vegetação. Há quebras de fotogramas nos momentos de maior caos, mas os tempos de carregamento rápidos salvam a experiência. Falhas, recarregas e estás de volta à ação em segundos, algo essencial quando a física é metade do jogo.
Os controlos são um dos pontos fortes. A mira com dois analógicos é precisa, e a mira por giroscópio é genuinamente transformadora. Pequenos movimentos de pulso tornam o tiroteio mais fluido, mais caótico, melhor. Ainda assim, o movimento pode parecer escorregadio e a câmara, ocasionalmente, luta contra o jogador em espaços interiores.
O verdadeiro problema é o polimento, ou a falta dele. Os bugs surgem constantemente: inimigos a atravessar paredes, a física a bloquear, até crashes aleatórios. Ao longo de quatro horas, estes problemas acumulam-se, transformando o caos inteligente numa certa fadiga.
O DLC gratuito de lançamento acrescenta mais brinquedos, fatos e variações de missões, apostando de forma acertada na variedade em vez da narrativa. Mesmo assim, a repetição acaba por surgir. Este é um jogo feito para sessões curtas, não para maratonas.
Resta concluir que, Squirrel with a Gun é para ser encarado como um parque de diversões cómico, e não como um shooter tradicional, pois só assim funciona. Ainda assim, a aspereza técnica não pode ser ignorada.
Nota: 6/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.






