Jogos: Splatterbot – Análise
Splatterbot transforma o caos desordenado em diversão competitiva, fazendo com que o controlo de território pareça um clássico de party game em ascensão.
Jogo: Splatterbot
Disponível para: PC, Nintendo Switch
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Hey! Kookaburra
Editora: Hey! Kookaburra
Às vezes, uma boa ideia é tão simples como virar um aspirador de cabeça para baixo. Splatterbot pega no clichê de “limpar o chão” e transforma-o em algo gloriosamente insano, não estás a esfregar azulejos, estás a manchá-los. O conceito é simples: roda, espalha a tua tinta e garante que a tua cor domina a arena antes de o cronómetro chegar a zero. Simples? Sim. Superficial? Nem por isso.
A primeira coisa a saber é que Splatterbot vive e morre pelas suas raízes no multijogador local. Este é o tipo de jogo que brilha com três amigos amontoados à volta da TV, gritando sempre que alguém rouba o último azulejo de um canto. As partidas são curtas, explosões de caos, cerca de dois minutos cada, e essa brevidade joga a seu favor — é um jogo que se consome como tapas, não como uma refeição completa.
Seis arenas formam a espinha dorsal da experiência, cada uma acrescentando a sua própria excentricidade. A Plaza mantém as coisas tradicionais, enquanto as esteiras da Factory alteram as estratégias de forma subtil. A minha favorita pessoal é Hexagon, onde as cordas de ricochete transformam o movimento numa loucura ao estilo pinball, os robots colidem uns com os outros, explosões de tinta acontecem, e de repente a arena parece uma obra de arte abstrata. O número limitado de cenários acaba por se notar, especialmente se se fizer uma maratona do jogo. Um modo “randomizador” ou uma progressão por etapas poderia ter ajudado a prolongar a diversão.
Os power-ups são outra camada de caos controlado. Ao contrário de outros party games, não desaparecem após alguns segundos, são permanentes. Apanha um Size Increase cedo e passarás a partida a rolar como um rolo compressor de tinta, dominando o espaço a cada volta. É emocionante, mas também ocasionalmente frustrante, porque uma recolha inicial pode tornar-se quase inevitável. Ainda assim, acrescentam aquele sabor de “só mais uma ronda”, especialmente nas batalhas por equipas, onde a coordenação pode decidir o resultado da partida.
Os bots de IA cumprem razoavelmente quando faltam jogadores humanos, mas são propensos a falhas, presos em cantos, a circular obstáculos indefinidamente. Servem para preencher vagas, mas menos para sustentar longas sessões a solo. Isto liga-se à grande verdade sobre Splatterbot: não foi concebido para jogo solitário. Sem matchmaking online, o jogo está firmemente enraizado na competição no sofá. Para alguns, é ouro nostálgico, para outros, será uma oportunidade perdida.
No lado cosmético, podes desbloquear chapéus, óculos e trilhos de tinta estilosos. Não alteram a jogabilidade, apenas a estética, mas adicionam um incentivo lúdico para continuar a jogar partidas. Os achievements estão presentes de forma discreta, mais como piadas internas do que recompensas significativas. Não esperes grind, battle passes ou progressão infinita, este é um design limpo, para pegar e jogar.
Então, será Splatterbot o próximo clássico de party game? No ambiente certo, sim. É acessível, familiar e a sua natureza caótica significa que mesmo quem não é gamer pode entrar e dar conta de si. Mas a falta de profundidade de conteúdo, combinada com a ausência de jogo online e algum desequilíbrio nos power-ups, impede que se torne um sucesso absoluto.
Nota: 6,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.





