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Jogos: OFF – Análise

Um clássico surreal regressa: OFF traz de volta a atmosfera inquietante do RPG de culto, agora com novidades e melhorias.

OFF

Jogo: OFF
Disponível para: PC, Nintendo Switch
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Mortis Ghost, Fangamer
Editora: Fangamer

OFF

OFF, de Mortis Ghost, lançado em 2008 como um projeto freeware em RPG Maker, tornou-se rapidamente um marco de culto no espaço dos RPGs independentes, a sua narrativa surreal e atmosfera perturbadora inspiraram diretamente obras posteriores como Undertale, Yume Nikki e OMORI. A remasterização de 2025, agora disponível para PC e Switch, procura reintroduzir este título influente com atualizações significativas.

As mudanças mais imediatas são visuais: resolução mais nítida, recursos gráficos melhorados e uma apresentação globalmente mais suave que ainda preserva a estética austera e monocromática. O combate foi reequilibrado com ajustes de qualidade de vida, como a velocidade de batalha ajustável, embora a ausência da opção de combate automático original seja uma omissão curiosa. Os puzzles mantêm-se deliberadamente obscuros, ecoando a lógica críptica de Myst, mas um novo sistema opcional de dicas torna-os menos intimidantes para quem joga pela primeira vez. Seis novos bosses e uma zona adicional destacam-se como o conteúdo mais substancial da remasterização, com várias batalhas a figurarem entre as melhores do jogo.

OFF

Narrativamente, OFF mantém-se tão estranho e desorientador como sempre. Os jogadores guiam The Batter através de zonas industriais fragmentadas numa missão de “purificação”, uma viagem que rapidamente descamba em sátira, horror e ambiguidade. Temas como industrialismo, violência e a própria cumplicidade do jogador atravessam uma história que oferece múltiplos finais, nenhum convencionalmente satisfatório, todos profundamente provocadores.

A banda sonora pode ser a atualização mais divisiva. Sem acesso às faixas originais de Alias Conrad Coldwood, uma nova composição multiartista, com contributos de Toby Fox, oferece uma energia eclética, por vezes dissonante. Embora alguns veteranos sintam falta do carácter lo-fi do original, as novas composições conseguem, na maioria das vezes, reforçar o surrealismo do jogo.

OFF

Em última análise, OFF Remastered não revoluciona o clássico, nem precisa. O seu valor reside menos nas mecânicas do que na atmosfera e no legado. Para quem é novo neste género de RPGs artísticos e estranhos, esta é a melhor forma de conhecer um clássico de culto. Para os fãs de longa data, o original continua a ser uma memória assombrosa e insubstituível.

Nota: 7/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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