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Jogos: Killing Floor 3 – Análise

Killing Floor 3 oferece um combate explosivo e bases sólidas, mas o conteúdo limitado faz com que pareça mais um Acesso Antecipado do que um lançamento completo.

Killing Floor 3

Jogo: Killing Floor 3
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: PlayStation 5
Desenvolvedora: Tripwire Interactive
Editora: Tripwire Interactive

Killing Floor 3

Killing Floor 3 é daqueles jogos que te fazem sorrir no instante em que uma cabeça explode numa chuva de tripas digitais. A jogabilidade com armas de fogo é precisa, explosiva e, acima de tudo, deixa um certo gosto a quem manuseia estas armas virtuais. Acertar um tiro na cabeça com uma assault rifle ou uma shotgun dá uma sensação de impacto tangível, o tipo de feedback que te faz querer recarregar só para repetir a experiência. Mesmo as armas corpo-a-corpo, como as espadas, transmitem um peso próprio: não te limitas a balançá-las de um lado para o outro, mas sim a cortar através do caos.

As seis Perks (essencialmente as classes do jogo) são suficientemente distintas para manter as coisas frescas. Quer estejas a causar dano de precisão, a aguentar tiros na linha da frente ou a saltitar com lâminas, cada uma tem a sua própria personalidade. O engenhoso é que as armas não estão presas a papéis rígidos, o que permite misturar e combinar entre classes para encontrares uma configuração ao teu gosto. O sistema de progressão também está mais conseguido do que no antecessor. As habilidades desbloqueiam-se mais cedo, os aumentos de poder são modestos mas sentidos, e incentivam-te a experimentar estilos de jogo diferentes.

Killing Floor 3

Fora das missões, o centro Stronghold é uma adição bem-vinda. É um espaço limpo e prático onde podes testar armas, ajustar o teu equipamento e preparar-te para o próximo banho de sangue. É também aqui que entra em ação o cross-platform matchmaking, que felizmente funciona sem problemas. Só joguei um pouco de Killing Floor 2 na altura, mas KF3 parece muito mais simplificado e fácil de digerir. Para novos jogadores, é um bom ponto de entrada.

E, no entanto, por mais sólida que seja a base, não demora muito até surgirem as falhas. O problema mais evidente é o conteúdo. No lançamento, Killing Floor 3 traz apenas oito mapas, seis classes e três bosses. E é tudo. Parece mais uma versão de Acesso Antecipado do que um jogo finalizado, e a repetição instala-se rapidamente. A progressão agrava a situação: os desafios diários e semanais prometem recompensas, mas a maioria resume-se a tarefas aborrecidas de acumular estatísticas. É trabalho disfarçado, do tipo que te faz questionar porque estás a entrar no jogo depois do décimo “mata X inimigos com a arma Y” seguido.

Killing Floor 3

Os bosses, por sua vez, são uma oportunidade perdida. Em vez de mecânicas inteligentes ou camadas táticas, são meras esponjas de balas que exigem disparar da anca e caos em full-auto. São desafiantes, sim, mas não de forma envolvente. É ritmo sem ritmo, um arrasto em vez de adrenalina. A história não se sai melhor: é praticamente inexistente e instantaneamente esquecível. Nem o design sonoro consegue segurar tudo. Enquanto algumas armas rebentam e rugem, outras parecem abafadas, quase inacabadas, como se lhes faltasse aquele impacto multissensorial.

Depois há a loja. Microtransações e um Season Pass para cosméticos não são intrusivos, mas continuam a irritar. O jogo já parece curto em conteúdo, por isso a sua presença soa a acessório desnecessário, quando não a distração.

Killing Floor 3

Em suma, Killing Floor 3 tem um núcleo sólido. É divertido, explosivo e mecanicamente coeso. Mas quando olhas com mais distância, parece vazio, inacabado. O ciclo de combate está lá, as Perks estão bem estruturadas, o centro é uma adição inteligente, mas a falta de conteúdo significativo impede-o de alcançar o seu verdadeiro potencial. Neste momento, Killing Floor 3 é uma fundação que vale a pena expandir, mas ainda não é uma casa onde queiras viver a longo prazo.

Nota: 6.5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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