Jogos: Dragon Ruins II – Análise
Dragon Ruins II é um dungeon crawler simples e sem stress, para aqueles jogadores que procuram uma pausa nostálgica.
Jogo: Dragon Ruins II
Disponível para: PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedora: Graverobber Foundation
Editora: KEMCO
Alguma vez desejaste o ritmo familiar de uma exploração de masmorras, mas sem a energia mental para lidar com estatísticas complexas ou decisões tácticas de cortar a respiração? Eis que chega Dragon Ruins II, um jogo que assume com orgulho o título de “dungeon crawler para pessoas cansadas”. É uma experiência deliberadamente reduzida ao essencial, com combates automáticos, pensada para sessões curtas e de baixo compromisso. Não é o teu grande RPG épico centrado na narrativa, é uma aventura estranhamente relaxante para os exploradores de grelha em 8 bits, perfeita para jogar em modo portátil.
O ciclo de jogo é simples e desloca todo o peso estratégico para a fase de preparação. Montas uma equipa de quatro personagens a partir de 21 classes, experimentando sinergias, talvez um mago frágil mas devastador apoiado por uma linha da frente resistente. Depois, quando entras nas masmorras minimalistas baseadas em grelhas, a execução é totalmente automática. O combate decorre sem intervenção, numa sequência de retratos que tremem e números de dano que surgem no ecrã. A tua única decisão em tempo real transforma-se numa avaliação de risco: avançar para mais um baú ou recuar até à entrada para garantir o saque? Esta automatização torna o jogo ideal para descontrair, embora possa tornar cada sessão emocionalmente pouco marcante e algo esquecível.
Esteticamente, é uma proposta curiosa. Os visuais das masmorras são austeros e minimalistas, recorrendo a sombreados e profundidade para evocar um ambiente melancólico, quase como um caderno de esboços, estranhamente tranquilizante. Isto é amplificado por uma banda sonora sintetizada de black metal, excelente, que envolve os corredores em desolação. O contraste está nos retratos das personagens, que misturam estilos de RPG ocidental e anime de uma forma algo dissonante. Com cerca de 10 a 15 horas de conteúdo, o grind do meio do jogo para obter ouro é visível, e a história não passa de fantasia cliché, mas esse não é o objectivo.
Em suma, Dragon Ruins II sabe exactamente o que é e para quem existe. Consegue simplificar um género complexo numa fórmula acessível e sem pressão. Não vai satisfazer quem procura o envolvimento táctico profundo de um Etrian Odyssey, mas como crawler para acompanhar um podcast, jogado na Switch na cama, ou como uma dose de nostalgia automatizada, cumpre o que promete.
Nota: 6,5/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.





