Jogos: Donkey Kong Bananza: Ilha DK + Caça às Esmeraldas – Análise
Donkey Kong Bananza: Ilha DK + Caça às Esmeraldas é um regresso divertido à selva de Donkey Kong, mas será que justifica o preço da entrada?
Jogo: Donkey Kong Bananza: Ilha DK + Caça às Esmeraldas
Disponível para: Nintendo Switch 2
Versão testada: Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: Nintendo
Editora: Nintendo

Dois meses depois do lançamento de Donkey Kong Bananza, que já tinha conquistado muitos de nós com a mistura certeira de exploração, puzzles e aquele humor tropical típico da série, a Nintendo decidiu prolongar a festa com um DLC, Ilha DK + Caça às Esmeraldas. A proposta? Trazer conteúdo pós-jogo que mistura pura nostalgia com um novo modo roguelite, tentando prolongar a vida útil do título.
O coração nostálgico desta expansão é a Ilha DK. A ideia parece ótima no papel, um hub inspirado diretamente nas eras Rareware, cheio de referências para quem cresceu com Donkey Kong Country e DK64. Temos a casa na árvore, o navio do K. Rool ancorado ao longe e até uma piscadela simpática a Jungle Beat, com os bongós no mar. É como visitar uma galeria de memórias interativas.
Na prática, porém, a ilha revela-se mais um showroom do que propriamente um parque de diversões. Não há colecionáveis da campanha principal, apenas a possibilidade de comprar e expor estátuas de personagens usando chips obtidos no novo modo. O resultado é um espaço que funciona mais como um “museu DK” do que como um nível vivo. Pior ainda, as limitações gráficas fazem com que as estátuas só renderizem de perto, deixando a área estranhamente vazia quando se passeia por ela. As comparações com o Reino do Cogumelo em Super Mario Odyssey são inevitáveis, e aqui a Ilha DK sai a perder.
O outro pilar do DLC é a Caça às Esmeraldas, um modo completamente diferente da campanha. O vilão carismático Void Kong regressa, agora obcecado por um minério verde brilhante, e recruta DK e Pauline para recolherem toneladas dele em rondas cronometradas.
Aqui o ritmo acelera a sério. Cada run começa do zero, habilidades, transformações e upgrades conquistados na campanha desaparecem, obrigando o jogador a reaprender tudo enquanto caça fósseis e bananas especiais. É um ciclo viciante, correr contra o relógio, apanhar perks que multiplicam esmeraldas e, de repente, ver o ecrã explodir em partículas coloridas quando tudo se combina em sinergias absurdas. A sensação é caótica e divertida, ainda que repetitiva após algumas horas.
O sistema de progressão tenta manter o interesse, acumular pontos para desbloquear novos perks, libertar mapas reaproveitados da campanha e até conquistar roupas alternativas para DK e Pauline. No entanto, a ausência de inimigos inéditos, chefes extra ou habilidades realmente novas joga contra. É um modo que diverte, mas não inova.
E chegamos ao ponto mais polémico, o preço. Por 19,99 €, a expansão oferece basicamente um hub nostálgico (mas superficial) e um modo roguelite que reaproveita cenários do jogo base. Não há grandes surpresas, apenas uma extensão daquilo que já funcionava. Para quem adorou Bananza e quer mais horas com os seus controlos impecáveis, é uma desculpa válida para voltar. Mas, como conteúdo pós-jogo, deixa a sensação de algo demasiado inflacionado face ao valor pedido.
Donkey Kong Bananza: Ilha DK + Caça às Esmeraldas é um DLC simpático, com ideias divertidas, mas que não atinge todo o potencial que poderia. Funciona como uma sobremesa doce depois da refeição principal, mas definitivamente não como um prato extra indispensável. Entre altos de nostalgia e baixos de repetição, o saldo é positivo, mas apenas para quem realmente não quer largar a selva de DK tão cedo.
Nota: 7/10
Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.





