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Cinema: Crítica – The Kitchen – Rainhas do Crime (2019)

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Para provar que a banda desenhada não consiste só em seres super-poderosos, eis que Andrea Berloff faz a sua estreia como realizadora, após ter sido nomeada para o Melhor Argumento em 2016 com Straight Outta Compton, a adaptação para o grande ecrã de uma das mais interessantes e mais despercebidas entradas da Vertigo, The Kitchen – Rainhas do Crime.

Claire (Elisabeth Moss), Kathy (Melissa McCarthy) e Ruby (Tiffany Haddish) são três mulheres que se veem numa situação pouco favorável após os seus maridos gangsters terem sido presos por assaltar um agente federal, extorsão e roubo, sendo obrigados a cumprirem uma pena de três anos. Sentindo a falta de apoio financeiro por parte da família mafiosa local, as três decidem tomar as rédeas do seu próprio problema e fazerem elas a colecta de protecção nos vários bairros de Hell’s Kitchen.

Naturalmente que os seus esforços bem sucedidos não passam despercebidos, iniciando assim uma revolução criminosa onde a vontade de sobreviver num mundo dominado por homens vem ao de cima.

Com um material base bastante interessante, com conteúdo suficiente para uma adaptação sem grandes alterações, já que tanto o filme, como a banda desenhada, não se contem no uso de linguagem inapropriada nem de violência, eis que surpreendentemente a película decide tomar outro rumo, um do qual reduz significativamente a importância das suas personagens principais.

Toda a narrativa toma conta da revolução dentro da organização criminosa, onde as três mulheres lidam não só com aquilo que se passa nas ruas, como também com as suas responsabilidades em casa, perante os seus familiares. Como esperado, nem tudo corre como era suposto, com avultadas quantias de dinheiro a serem o raiz do mal, onde as confianças começam a ser tremidas.

Infelizmente não nos é apresentado nada de novo, que não tenha sido melhor feito, remetendo o pensamento para Gangster Americano com Denzel Washington, um filme que fez tudo isto em moldes semelhantes mas de forma muito mais competente. São demasiadas as oportunidades desperdiçadas em explorar o conflito entre Claire, Kathy e Ruby e o quão implacáveis elas realmente poderiam ser, algo que sabemos que é familiar a Berloff. No entanto, o destaque vai de facto para o trio de actrizes, que acabam por compensar, ainda que muito pouco, as inúmeras falhas desta obra incoerente.

Com isto, The Kitchen – Rainhas do Crime falha em ser um filme de banda desenhada, já que o que é retirado daquilo que se inspira são elementos básicos de qualquer filme de gangsters, acabando por desiludir ao ser um thriller insonso que nunca atinge o seu verdadeiro potencial, quando tinha todas as ferramentas ao seu dispor. E não aproveitando de forma nenhuma os vários momentos que tinha para se destacar pela sua diferença na perspectiva feminina. O que é uma grande pena, numa altura infeliz em que a DC decide acabar com o selo editorial Vertigo, que originou muitas e boas histórias merecedoras de contar no grande ecrã. Fiquem-se pelo material original que garantidamente irão ficar melhor servidos.

Nota Final: 4/10

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