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Cinema: Crítica – O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos (2018)

A magia do Natal regressa com O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos. Será a jovem Mackenzie Foy capaz de liderar este conto clássico?

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos conta a história de Clara (Mackenzie Foy), que vive com a dor da perda da sua mãe, e considera os atos do seu pai, Mr. Stahlbaum (Matthew Macfadyen), inadmissáveis, apesar do esforço deste de manter a vida dos seus filhos o mais normal possível. Na festa anual do seu padrinho Drosselmeyer, interpretado por Morgan Freeman, Clara segue um fio de ouro que a leva a um mundo completamente novo (semelhante ao armário para Nárnia) e a uma chave cobiçada pelos seres dos quatro reinos.

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Ao chegar conhece o soldado Phillip (Jayden Fowora-Knight) e que o tempo não funciona no mesmo modo que no seu mundo. A sua mãe fora a Rainha dos Quatro Reinos e Clara deve continuar a sua tarefa, no entanto, nem todos os indivíduos confiam na presença desta jovem que prometeu resgatar a chave e trazer harmonia entre os reinos.

É um filme que consegue transmitir a magia dos clássicos da Disney, seja através do brilhante guarda-roupa e cenários que apresentam de imediato o Reino em que nos encontramos, nomeadamente Terra dos Doces, no qual Keira Knightley governa, Terra dos Flocos de Neve, Terra das Flores e o Quarto Reino, liderado pela Mãe Ruiva (Hellen MIrren). Além disto, a música original contribui bastante para dar vida a este mundo que contém ainda temas clássicos conhecidos.

Ainda a nível técnico, os efeitos especiais são belíssimos de observar e contribuem para a vivacidade das cores nos enquadramentos, no entanto, nem sempre são perfeitos, existindo uma clara diferença entre o CGI do rato do Quarto Reino que é verdadeiramente credível e os palhaços desse mesmo local que se movem de um modo bizarro em que a edição e planos de câmara não favorecem, trazendo demasiada informação visual para uma cena pouco interessante e fora do ambiente geral gerado.

O enredo do filme é bastante compreensível e consegue abranger o filme para um público-alvo vasto, tendo uma premissa simples e uma moral final alegre. Contudo, possui um enorme número de detalhes que permanecem em segundo plano e seriam mais interessantes de observar do que esta história em si. Clara é encaminhada para este mundo através do presente do seu padrinho, Drosselmeyer, que é um inventor brilhante e poderia ter tido um destaque maior. O mesmo acontece com cada reino deste mundo e os governadores dos mesmos que se limitam a demonstrar o lado básico da história à protagonista.

Antes de mais, é inevitável mencionar a excelente interpretação de Mackenzie Foy que consegue incorporar bem a personagem de Clara e manter-se no centro da história na qual consegue executar expressões e atos que contribuem para a evolução da sua personagem e assegurá-la como uma firme jovem atriz. Em relação ao restante vasto elenco, na sua maioria são capazes de trazer ao ecrã o sentimentalismo de cada um, existindo uma presença excêntrica quando necessário. Keira Knightley possui uma voz fora do habitual no decorrer de todo o filme, entrelaçada entre alegria, sendo ela a rainha da Terra dos Doces, mas também uma certa ameaça que é eventualmente fundamentada. Infelizmente, a Mãe Ruiva, interpretada por Hellen Mirren, surge pouco no ecrã e possui possivelmente o contexto mais obscuro e cativante, que apesar de ser um pouco desenvolvido acaba por ser apressado.

O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos é um filme visualmente belíssimo em que nos cruzamos por várias personagens cativantes, mas que se limita a centrar-se na história pessoal da protagonista, fornecendo uma sensação de vazio na sua conclusão.

  • O Quebra-Nozes e os Quatro Reinos estreou a 31 outubro 2018 nos cinemas.

5/10

Tiago Ferreira

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