Crítica: Mysterious Ways
Para começar bem a crítica, convém dizer que esta mini-série da Image/Top Cow foi cancelada a meio. Foi de forma surpreendida que fiquei a saber que iam editar o tradepaperback já que quando comprei em comics nunca a consegui acabar. (clica na capa para ampliar)[fbshare]
Jason Rubin, argumentista de videojogos como Crash Bandicoot ou Jax, aventurou-se e, na altura em que foi convidado pela editora, não só assinou este argumento como ainda escreveu The Iron Saint. E é este que vai buscar às raízes do Catolicismo este título: “Mysterious Ways”. Provém da famosa frase “Deus trabalha de formas misteriosas” e é nesta base que Jason Rubin escreve sobre Sam, um ex-polícia alcoólico, que acorda com um pedaço de prata na mão e vê-se no meio de uma série de assassinatos enquanto é perseguido por um agente do FBI. Se no livro diz que “but in this story of stereotypes, nothing is what it seems…”, ao lermos tudo, chegamos à conclusão que fomos enganados.
A história, as personagens escolhidas (o alcoólico, o Diabo, prostitutas…), a escolha de planos nas vinhetas, tudo é do mais cliché possível.
A meio do tradepaperback já estamos a ver o final da história.
As Primeiras 5 páginas:
(clica para ampliar)
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Acredito que Jason Rubin seja bom a escrever argumentos para videojogos, mas decerto não será o mesmo que escrever para BD. Não há grandes twists nem nada que não tenhamos vistos já em muitas BD’s e filmes. Os diálogos parecem ser escritos em modo automático e sem grande originalidade.
Já a arte de Tyler Kirkham parece ser o que salva a obra: ao longo da história conseguimos perceber ali uma forte influência de Todd Mcfarlane, sobretudo nos pormenores dos rostos das personagens e de certas acções. Existem pranchas que enchem o olho e que impressionam pelo pormenor e a riqueza inerente que o desenhista conseguiu transpor.
Já as cores de Arif Prianto muitas das vezes mata o traço cuidado de Tyler Kirkham.
Se estão à procura de uma boa leitura para este verão, então “Mysterious Ways” não é uma boa alternativa. Não repetindo a frase que dá o mote ao livro, digo que neste “A Image trabalhou de forma misteriosa e estranha” e não compreendo bem a decisão de editar esta mini-série. É um tiro ao lado.
Classificação: 4/10
Miguel Peres
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.