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Cinema: Crítica – John McEnroe: O Domínio da Perfeição (2018)

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O ténis e o cinema são duas coisas que muito raramente coincidem um com o outro, mas existia um homem que achava que eram uma combinação naturalmente perfeita: Gil de Kermadec. Nos anos ’70 e ’80 fez uma série de filmes ligados ao desporto de eleição, onde titãs competiam. Excepto que, muitas destas gravações nunca viram a luz do dia, até que Julien Faraut descobriu dezenas de fitas, compilando assim o que acabaria por ser John McEnroe: O Domínio da Perfeição.

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Longe de ser o tradicional documentário biográfico, ou sequer um documentário sobre desporto, o grande objectivo deste filme é mostrar a simbiose entre um realizador com uma paixão extensa por John McEnroe, na altura um dos maiores tenistas à face da terra, conquistando tantos fãs como haters pela sua natureza caótica, mas sempre educada. Certamente não era um homem fácil de lidar, mas capaz de cativar interesse com o charme que mais ninguém tinha naquela altura.

Somos brindados com longos clips, brilhantemente restaurados e altamente coloridos, que nos levam de volta aos anos de ouro do ténis, onde as rivalidades tinham uma importância comparável ao que vemos nos livros de banda desenhada, substituindo o herói e o vilão por atletas talentosos com a reputação em linha.

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É o caso da rivalidade de McEnroe com Ivan Lendi, ao qual o filme se foca principalmente, havendo um crescimento até à derradeira partida no French Open de 1984, onde estes dois homens se defrontaram numa final que durou pouco mais de 4 horas e meia em campo, sendo este o grande ponto alto do filme, cujo mostra uma tensão que nos faz arrepiar até aos ossos.

Para além disto, vemos de perto, e de modo desconstruído, a forma agressiva como McEnroe jogava, recorrendo a diversas tácticas estratégicas que frequentemente intimidavam os seus oponentes, o que lhes fazia sentir na pele o quão competitivo este era. Os campeonatos tinham que ser ganhos de alguma forma, não é?

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John McEnroe: O Domínio da Perfeição é uma obra que existe por uma mera coincidência feliz, motivada pela curiosidade dum cineasta apaixonado pelo mundo em seu redor e que no fim cria algo brilhantemente editado, sendo algo muito mais para além do que Gil de Kermadec poderia ter imaginado com as dezenas das suas gravações. Uma coincidência feliz, que no fim nos deixa com um sorriso de orelha a orelha por poderem ter sido partilhadas num cenário onde todos somos vencedores. Game, set, match.

Nota Final: 8/10

Ricardo Du Toit

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