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Cinema: Crítica – Dark Waters – Verdade Envenenada (2019)

O facto de que durante anos muitas das grandes corporações pelo mundo têm ignorado vários perigos para os consumidores nos seus produtos não é novidade, um pouco em todo o tipo de indústrias, mas sobretudo aquelas ligadas aos farmacêuticos e bioquímica. É com essa revolta que Todd Haynes traz finalmente ao grande ecrã Dark Waters – Verdade Envenenada, retratando uma história verídica em como um químico intencionado a facilitar a nossa vida se tornou num dos maiores pesadelos da saúde pública.

Robert Bilott (Mark Ruffalo) é um advogado corporativo em Cincinnati, até que um dia Wilbur Tennant (Bill Camp), um agricultor de uma pequena cidade em West Virginia revela-lhe as suas suspeitas que uma das maiores corporações do mundo, DuPont, está ligada ao desenvolvimento de humanos e animais e à morte de diversos outros, devido às descargas de químicos tóxicos dentro da água local. Robert aceita um caso que mais ninguém teria coragem de pegar e segue durante mais de uma década a perseguir a justiça, revelando todas as verdades por detrás de um químicos fluorosurfactantes, conhecidos como os químicos permanentes.

É incrivelmente poderosa a abordagem de Haynes perante um caso de tamanha complicação, repleto de detalhes relevantes, enquanto mantém o foco na narrativa principal, e a sua acessibilidade para que o espectador não fique sobrecarregado de informação. Por mais árdua que essa tarefa tenha sido, esta é cumprida, ao acompanharmos as diversas fases do caso ao longo dos muitos anos do seu desenvolvimento, mostrando igualmente as diversas falhas dentro da justiça norte-americana. A passagem do tempo é notada não só pela evolução tecnológica, principalmente como utilizamos o telefone.

Longe de retratar estes acontecimentos de uma forma sensacional, tem tanto de cativante como chocante, como a DuPont tem conseguido escapar tanto tempo sem consequências, enquanto que a tecnologia Teflon provou ser algo extremamente perigoso para a saúde pública. Todas as vítimas são respeitadas neste filme, ao mesmo tempo que a culpa é apontada directamente aos perpetradores.

É importante destacar a prestação de Mark Ruffalo como o advogado que foi contra um gigante ao defender o homem mais pequeno, numa altura em que o actor está a voltar para papéis dramáticos, após as sua participação no universo da Marvel. Por outro lado, Anne Hathaway entra num papel secundário que, apesar de manter uma excelente postura como Sarah Bilott e vista por muito pouco tempo, a sua contribuição como um apoio importante para o seu marido Robert é essencial para retratar as consequência pessoais por ter aceitado um caso desta magnitude.

No fim, Dark Waters – Verdade Envenenada é uma história impressionante com o objectivo de trazer para a ribalta as acusações contra a DuPont, dando uma noção de como uma industria inteira foi capaz de distorcer factos para os seus próprios ganhos e possivelmente criar um pequeno pânico à saída do cinema, ao irmos a correr desfazer-nos de todas as panelas que possam ter um revestimento Teflon.

Nota Final: 8/10

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