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Cinema: MOTELx 2018 – Resumo do 2º Dia (Parte II)

Na continuação da cobertura do segundo dia do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, foi também exibido o regresso de Xavier Gens, um slow-burn Indonésio e um filme gravado num iPhone.

Cold Skin, Espanha, 2017

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Há um fascínio muito estranho com os auteurs de cinema e a relação entre pessoas-peixe e seres humanos. Primeiro Guillermo del Toro com A Forma da Água e agora Xavier Gens, com este Cold Skin. Dois filmes com mensagens de lados opostos, mas que contêm este elemento em comum. No mínimo, curioso.

O ano é 1914, quando Friend (David Oakes) chega a uma ilha isolada, para substituir um meteorologist, Gruner (Ray Stevenson), este conta a Friend que o seu predecessor não morreu de tifo, como originalmente explicado, mas de uma invasão de criaturas azuis que vêm do mar.

Friend rapidamente descobre que Gruner tem cativo uma das criaturas femininas, ao qual é usada como escrava. Apesar de tudo, os três criam uma relação à qual noite após noite têm que proteger a torre.

Para Xavier Gens, um dos aclamados realizadores da nouvelle-vague do terror Francês, esta é a história violenta entre como duas civilizações não se dão bem. Seria natural pensar que não é a primeira vez que vemos esta narrativa, vestida doutra forma, como por exemplo Avatar de James Cameron, também sobre “homenzinhos azuis”.

Por outro lado, há uma direcção de fotografia estupenda, com cores, naturalmente, frias, e cenários visualmente incríveis.

Infelizmente não é só disso que faz o filme, deixando-se ficar apenas uma história sem grandes inovações. Esperava-se melhor de Gens a esta altura do campeonato.

Nota Final: 5/10

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Satan’s Slaves (Pengabdi Setan), Indonésia, 2017

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O cinema Indonésio tem um enorme sucesso em todo o tipo de géneros, desde acção, drama mas sobretudo terror.

Há um certa intimidade que não se sente de outras produções mundiais, e é por isso que este Satan’s Slaves, um remake do filme homónimo de 1980, tem o seu próprio espírito terrorífico.

Quando uma família pobre perde a sua mãe acamada com uma bizarra e debilitante doença, estes agora têm que sobreviver sob as condições possíveis, enquanto os mais novos veem que a mãe regressou para os levar.

As coisas ficam muito tensas muito cedo na película e os sustos são bem doseados, sendo diversos os momentos de terror. Enquanto isso, existe também uma oportunidade bem aproveitada de construção das personagens, adicionando várias dimensões aos mesmos.

Destacando o lado religioso, neste caso muçulmano, as várias tradições e rituais estão presentes, como também alguns dos seus mitos em torno da morte.

Por fim, Satan’s Slaves é um slow-burn com muito valor, incluindo todos os elementos esperados do terror asiático, mas que perde em o burn ser muitas vezes, demasiado slow.

Nota Final: 6/10

Unsane, Estados Unidos da América, 2018

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Steven Soderbergh é um daqueles realizadores que confiamos quase cegamente, seja pelo seu talento em tornar um filme num festim visual, seja pelas temáticas que os seus filmes abordam, e a maneira que os aborda.

Agora, munido de um iPhone 7 Plus e uma app de gravação de vídeo profissional (FilmicPro, que custa 12,99€ nas respectivas lojas da Google e da Apple, para quem quiser saber), Soderbergh traz Unsane, um filme sobre Sawyer (Claire Foy), uma mulher involuntariamente internada num hospício.

Ao longo do filme, a percepção dos acontecimentos vão ficando mais claros, como também se Sawyer está, ou não, realmente a ficar louca. Toda a tensão é acumulada quando tentamos decifrar se o perseguidor dela está, ou não, infiltrado no hospício como enfermeiro e se ela realmente está lá à base dum esquema de seguros por parte do hospital.

É curioso como uma limitação, neste caso de equipamento, pode dar azo a uma criatividade em que a simplicidade é o fulcral. Sendo maioritariamente dos planos close-ups ou gerais, este é definitivamente o melhor filme de estudantes alguma vez feito. Excepto que Soderbergh está no papel de professor.

Nota Final: 8/10

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