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Cinema: Crítica – Something Else (2019)

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Filmes que cruzam géneros de uma forma tão definida são raros, por isso quando aparece um que aborda assim o cinema, é impossível ficar intrigado. É o caso do mais recente filme de Jeremy Gardner e Christian Stella, com o seu híbrido entre o romance e o terror em Something Else.

Hank (Jeremy Gardner) é um caçador que vive no meio do nada, com uma caçadeira, à espera de um monstro que tem atacado a sua casa. Enquanto isso, a sua mulher Abby (Brea Grant), está desaparecida há um mês, tendo deixado apenas uma nota na cozinha, deixando-o em baixo e confuso, o que não ajuda em nada. O pior é que Hank não tem provas concretas, a não ser a porta arranhada, e cujo xerife Shane (Justin Benson) atribui as culpas a uma “pantera”.

Something Else balança assim dois géneros distintos, que se juntam para criar uma narrativa que nos deixa a pensar sobretudo na vida de Hank, que, apenas busca respostas concretas para os seus problemas. “Que raio de monstro é este?” e “Onde está Abby?” ficam à descoberta, ao seguirmos a lógica ao mesmo tempo que as personagens presentes.

A vida de Hank é bastante mundana, agora ainda mais, passando os dias a beber e a lamentar-se, não podemos deixar de simpatizar com o pobre coitado, que ainda tem os seus amigos a duvidarem de si em relação ao que seja o que for que esteja a destruir a sua propriedade, tudo de uma forma onde o lado emocional do cinema de terror, entrelaçado com o romance, estão expostos ao máximo.

Não seguindo uma fórmula tradicional de género, Gardner e Stella conseguem mais uma vez realizar um filme onde a estranheza sobrenatural não afecta a casualidade da vida real. Onde saltar da cadeira é um acto tanto natural como largar um riso. O duo já o tinha feito em 2013 com o igualmente intrigante The Battery, onde o significado da amizade se cruzava com um Apocalipse zombie; e fá-lo novamente aqui, sem qualquer esforço, desta vez com outra dupla favorita do género, Justin Benson e Aaron Moorhead (O Interminável) a produzir.

Assim, Something Else prova que com uma ideia clara, uma narrativa de coçar a cabeça e personagens com profundidade emocional, tudo o resto acaba por cair ao sítio certo, com a noção que a vida não é sempre perfeita, mas os momentos mais memoráveis são aqueles mais caricatos. Mesmo que isso signifique esperar à porta para dar um tiro a um monstro.

Nota Final: 9/10

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