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Cinema – Crítica: Ready Player One – Jogador 1

Spielberg apresenta-nos ao OASIS de Ready Player One, mas será uma lufada de ar fresco num mercado saturado ou mais uma mera miragem?

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Ready Player One - Jogador 1

O filme começa por mostrar-nos a rotina de Wade Watts(Tye Sheridan), um jovem a tentar sobreviver a um futuro sombrio cujo único escape é o OASIS, um mundo de realidade virtual que cada vez mais se sobrepõe à vida na terra. Mas foi com a morte do seu criador Halliday(Mark Rylance), que a história verdadeiramente começou pois com o seu perecer Halliday deixou um Easter Egg(Ovo da Páscoa, uma espécie de segredo encontrado em bastantes videojogos) e quem o achar herdará este maravilhoso universo digital, e tudo a ele associado.

Ready Player One - Jogador 1

Lá Wade chama-se “Perzival” um Gunter(egG-hUNTER) que, como tantos outros, continua em busca do tesouro de Halliday, três chaves que concedem ao seu dono acesso ao Ovo, somos ainda apresentados a outros Gunters como Aech(Lena Waithe), Art3mis(Olivia Cooke), Sho(Philip Zhao) e Daito(Win Morisaki). Juntos cabe-lhes chegar ao Ovo antes de Sorrento(Ben Mendelsohn), um malvado empresário que visa empestar o OASIS com publicidade indesejada entre vários outros estratagemas igualmente malévolos, um pouco como a Electronic Arts ao fim e ao cabo.

O filme é lindo, não há como contornar isso. Misturando a animação digital do OASIS com os segmentos com atores no dia-a-dia de Wade, temos um festim para os olhos. O Realizador de renome, Steven Spielberg, aproveitou ainda a oportunidade para encher o filme de referências tanto a cultura pop dos anos 80 e 90 como aos jogos da atualidade, com figuração de tudo o que é franchise desde “As Tartarugas Ninja” ao videojogo “Overwatch”, passando ainda pelo “Regresso ao Futuro”, o “The Shining” de Kubrick e os “BattleToads”, vemos ainda o King Kong, o Gundam RX78 e a Harley Quinn entre imensos outros.

Ready Player One - Jogador 1

Juntamente com o Convite a NOS Audiovisuais forneceu também trabalho de casa na forma do livro de Ernest Cline editado pela Presença, pelo que atrasei a crítica até voltar a terminar o livro e tenho a dizer que o filme faz um excelente trabalho de adaptação. Há diferenças de pacing, detalhes alterados e sequências completamente omitidas e por boa razão. O Livro de Cline dá uso às páginas para construir um mundo maior e criar uma maior afinidade entre o protagonista e o leitor, aproveitando ainda o formato literário para elaborar mais detalhes e “easter eggs” muito próprios, enquanto que no filme os Argumentistas preferiram otimizar a narrativa, retirando algumas partes mais intimistas e pessoais mas menos relevantes para permitir ao espetador chegar às sequências de ação mais cedo, confiando à realização de Spielberg toda uma descrição visual e emocional que, como esperado, foi bem conseguida.

Os atores mostram um trabalho bem conseguido, as nuances do dialogo e dos personagens são bem interpretadas, é pena não vermos os atores com muita frequência, mas as interpretações por captura de movimento mantêm-se igualmente fortes. O único “problema” são as poucas instâncias em que vemos os jogadores no OASIS “por fora” e encontramos malta com uns óculos patetas a dar murros no ar, em alguns casos isto é usado para efeito humorístico e bem usado por sinal, mas há algumas sequências cuja tensão dramática é destruída por essas mesmas transições. Há ainda, como costume, algumas sequências menos boas mas Ready Player One mantêm-se no geral uma experiência magnífica.

Uma excelente aposta para os fãs da cultura pop dos 80 e sai já esta semana em véspera de feriado! Aos que puderem aconselho ainda a versão IMAX.

8/10
Henrique V.Correia

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