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Cinema: Crítica – O Clube dos Anjos

O cinema independente brasileiro chega às salas com O Clube dos Anjos, um filme baseado na obra homónima de Luis Fernando Verissimo, e realizado por Angelo Defanti.

Envolto de mistério e muita comida, conhecemos um grupo de homens que se reúne uma vez do mês, o chamado Clube do Picadinho, onde este grupo de amigos tem a oportunidade de se juntar e falar sobre as suas mágoas da vida, celebrando a amizade que os une. Naturalmente, o grupo foi-se separando, fruto das frustrações das suas próprias vidas, e que muitas vezes acabou por reflectir nuns e noutros, dissolvendo a união.

Tudo muda quando quando surge um novo cozinheiro, Luciano, que cozinha pratos incríveis e memoráveis, ao ponto de fazer relembrar ao grupo todas as razões que se juntavam e celebravam alegremente o que tinham entre eles. Isto até que começam a morrer um a um…

O obra original de Verissimo foi publicada em 1998, um detalhe que é passado com bastante fidelidade cinematográfica, através não só dos cenários e da guarda-roupa, mas também pelo próprio espírito das personagens numa era pré-Internet. Este foco demonstra-se principalmente na composição do filme, muito dele baseado em cenas com longos e detalhados diálogos sobre a vida e o significado dela, onde Defanti tenta ao máximo puxar pela nossa atenção para acompanhar os eventos.

Mesmo com a tragédia no ar, o filme consegue manter o seu lado sombrio e misterioso a conjugar com a leveza da vida incerta, à apreciação do próximo e, sobretudo, à deliciosa comida servida na mesa. É mesmo com o humor que estas personagens lidam com as perdas, sobretudo nas alturas de introspecção. Nós espectadores, à medida que vamos tentando decifrar o que está realmente a acontecer, há algo de cativante no meio da obra que nos deixa muito atentos.

Assim, O Clube dos Anjos é mais um interessante exemplo em como o cinema de género ainda tem muitas cartas para dar, com histórias com conceitos impressionantes ainda conseguem chamar por nós, deixando-nos no fim com muito para pensar sobre nós mesmos.

Nota Final: 7/10

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