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Cinema: Crítica – Mandy (2018)

Passado 8 anos desde da sua estreia com o incrível Beyond The Black Rainbow, o visionário Panos Cosmatos regressa com um filme que nos últimos meses tem feito furor no circuito de festivais e impressionado toda a gente que passaram os olhos.Um autêntico festim de vingança onde Nicholas Cage está no centro.

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O ano é, novamente, 1983 (o mesmo ano onde decorre o seu filme prévio), e Cage é Red, um lenhador que vive sossegado e em paz com a sua amada Mandy (Andrea Riseborough), uma artista de criaturas fantásticas que só usa T-shirts de bandas de metal. Ambos vivem numa cabana perto do rio em Shadow Mountains.
Um dia, Mandy é vista por Jeremiah Sand (Linus Roache), líder dum culto de hippies chamado Children of The New Dawn. Jeremiah fica impressionado com a forma da Mandy e ordena que a tragam até si. Assim, Mandy e Red são então raptados por um gangue de motoqueiros demoniacos, adoradores de carne humana e LSD, em troca de uma recompensa.

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O culto assassina Mandy por não se submeter às maneiras da seita religiosa, com Red a testemunhar tudo e deixado vivo para que passe o resto da vida com a imagem na cabeça. Com ajuda de um LSD potente e uma motivação com nada a perder, Red entra num ciclo de raiva onde a vingança é o único item da sua lista.

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Cosmatos continua assim a sua obra visual, repleta de detalhes, desde os enquadramentos da imagem, à constante iluminação vermelha que pinta este filme, como também às várias formas e texturas visuais que completam os planos. É muito para processar.

Uma das cena mais interessantes da película é como Cosmatos faz a introdução do culto, apenas mostrando por meros segundos as suas caras individualmente e as suas expressões faciais, percebemos que não precisamos de mais informação para saber que são os maus da fita e que são uma ameaça.

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Vê-se aqui o tributo a grandes auteurs do cinema, como Stanley Kubrick e John Carpenter, mas também outros meios da cultura-pop, principalmente a revista Heavy Metal, conhecida pelas suas histórias e ilustrações de fantasia. A isto se junta uma banda sonora com os tons negros do doom metal, cortesia do compositor islandês Jóhann Jóhannsson, falecido a Fevereiro deste ano, a quem o filme é dedicado.

Assim, vemos neste filme o derradeiro Nicholas Cage louco, algo que Cosmatos quis muito fazer e que é um autêntico sucesso. Entre uma narrativa onde a acção não é abordada da forma comum, uma mistura de drogas e uma incrível luta de moto-serras, Mandy é definitivamente um dos melhores filmes dos ano, senão o melhor, confirmando que o génio de Panos Cosmatos será, ironicamente, um de culto nas próximas décadas.

Nota Final: 10/10

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