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Cinema: Crítica – IT: Capítulo Dois (2019)

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Quando se soube que IT iria regressar aos cinemas, 27 anos após o telefilme que atormentou a infância de muitos, havia uma certa esperança que esta fosse a altura perfeita para trazer Pennywise dos escombros. E o regresso veio em boa hora, pois resultou num sucesso comercial e crítico, fazendo mais de 700 milhões de dólares.

Foi no final do primeiro filme que descobrimos que a adaptação do grande livro de Stephen King iria, tal como nas suas páginas, ser dividido em duas partes distintas, com um intervalo de 27 anos entre os dois acontecimentos. A conclusão chega agora no grande ecrã em IT: Capítulo Dois.

O Losers’ Club de Derry nunca mais foi o mesmo após a aparição do palhaço mais assustador de sempre, atormentando-os de uma forma que jamais iriam esquecer. Ou pensávamos nós. Os miúdos são agora graúdos, cada um com as suas próprias vidas; Bill (James McAvoy) é um escritor que não sabe escrever bons finais, o fala-barato Richie (Bill Hader) é agora um comediante, Stanley (Andy Bean) é parceiro numa empresa de contabilidade, Ben (Jay Ryan) foi para o ginásio e está longe daquilo que era em miúdo, Eddie (James Ransone) mantém as suas pancas como analista de risco e a querida Beverly (Jessica Chastain) é uma designer de moda de sucesso. Resta apenas Mike (Isaiah Mustafa), que ficou em Derry, pouco menos de três décadas à espera que Pennywise (Bill Skarsgård) regressasse.

Quando começam a acontecer mortes e desaparecimentos estranhos, Mike reúne o grupo para eliminar a ameaça de Pennywise, de uma vez por todas. Os adultos, estando diferentes, também têm medos diferentes, os quais o palhaço irá explorar para garantir a sua sobrevivências. Naturalmente, nem tudo está igual, já que sair da pequena cidade para o mundo parece ter um efeito que faz com que certas memórias desvaneçam, mas que a pouco e pouco vão voltando, revelando novos momentos do Verão do Losers’ Club que não vimos no filme anterior.

Tudo o que foi aplaudido no primeiro capítulo, que estreou no momento ideal, numa era pós-Stranger Things, muda drasticamente para um tom mais adulto, abordando as dificuldades de resolver de uma vez por todas esta maldição que os persegue, sendo a única forma definitiva de acabarem aquilo que começaram.

Além disso, IT: Capítulo Dois é mais sobrenatural, com Pennywise a tomar novas formas, aproveitando para dar os usuais jump-scares, que acabam por ser pouco eficientes. Ainda assim, existem momentos que Bill Skarsgård amplificou a personalidade do palhaço, sendo esses  os verdadeiramente assustadores. No entanto, fica difícil simpatizar o resto do elenco, que parecem ter perdido muito da sua essência original, algo que pode surpreender algumas pessoas, considerando os nomes de peso incluídos.

Tal como Kill Bill de Tarantino, estes dois capítulos funcionam como uma obra só, curiosamente sofrendo do mesmo problema dos filmes da década passada, onde o principio é realmente mais interessante que o fim, arrastando a narrativa com focos individuais, explorando os piores cenários de cada um, aprofundando os seus carácters. A divisão da narrativa é também definida claramente em três actos, contribuindo para as suas quase 3 horas de duração, da qual poderiam ter sido muito melhor geridos, para que o filme mantivesse um ritmo consistente.

IT: Capítulo Dois, é de facto uma parte fundamental da história, sendo ela a que mais tem polpa, mas que demora demasiado tempo a digerir, deixando um sabor agridoce na boca. Esperava-se muito mais deste derradeiro final, não só pelo elenco, mas também da forma que a realização de Andy Muschietti, que trouxe para um novo público, o palhaço que mais causa pesadelos.

Nota Final: 6/10

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