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Cinema: Crítica – Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil (2019)

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Ted Bundy é o mais recente dos assassinos em série que voltou a receber alguma cobertura mediática, tudo por causa de um homem: Joe Berlinger, que no início do ano, lançou na Netflix o documentário de quatro partes Conversas Com Um Assassino: As Gravações de Ted Bundy, onde entre entrevistas e imagens de arquivo, ficamos a conhecer as acções dementes dum dos assassinos mais notórios de sempre. Não contente em ter-se ficado pela mostra da vida real, Berlinger regressa ao cinema tradicional com uma reencenação da vida de Ted e da sua namorada, Elizabeth Kendall, com Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil.

Neste filme, Zac Efron encara Ted Bundy, um então jovem encantador que em 1969 conheceu o que provavelmente seria o amor da sua vida, Liz (Lily Collins), uma estudante universitária e mãe solteira, onde ambos acabariam por se relacionar. Anos mais tarde, em 1974, novos indícios de assassinatos começam a aparecer, com todas as provas a apontar para Ted, através de retratos-robô e outras que acabariam por ser incriminatórias para a sentença dos seus crimes nos anos seguintes.

Recusando a declarar-se culpado, Bundy cria um circo mediático à volta das suas acusações, quando o mesmo está no centro do primeiro julgamento em tribunal transmitido em televisão, onde pessoas em todo o mundo testemunham a sua loucura, numa recriação de uma das partes cruciais da sua vida.

Para quem viu As Gravações de Ted Bundy, poderá ver aqui uma versão menos grotesca daquilo que viu e ouviu na série documental, pois ainda que muitos dos detalhes estejam presentes, não existe um único momento de violência que reforce a ideia que estamos perante um sociopata nato. Pelo contrário, Efron faz um brilhante trabalho em vestir a pele do assassino cheio de charme, que é difícil não nos sentirmos encantados pelas suas atitudes e como vagueia pela vida.

Claro que, sabendo o desfecho da história, existe um certo sentimento de desprezo, e francamente nojo, em vermos como Bundy trata o seu próprio julgamento como uma brincadeira, recorrendo a tácticas de diversão, pondo à prova o sistema judicial norte-americano. Ainda assim, somos confrontados com um lado mais carinhoso da vida de Bundy, aproximando o filme ao género drama romântico, algo que não seria de esperar.

Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil é uma perfeita extensão ao documentário da Netflix, dando uma oportunidade a todos para conhecerem um pouco mais de uma das piores pessoas da história moderna.

Nota Final: 7/10

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