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Cinema: Crítica – Equipa de Assalto (2019)

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Dan Krauss não é estranho em abordar assuntos sérios de uma forma intensa. Prova disso são as suas duas nomeações para os Óscares em Melhor Documentário por The Life of Kevin Carter e Extremis, em 2004 e 2016, respectivamente. Mas houve um em especial que mostrou o lado mais negro das forças armadas norte-americanas, The Kill Team, que agora recebe uma adaptação cinematográfica realizada pelo mesmo em Equipa de Assalto.

A história acompanha Andrew Briggman (Nat Wolff), um jovem soldado que se vê no meio de um crime de guerra, após descobrir que o seu pelotão é responsável por mortes ilegais por parte dos seus compatriotas, lideradas por Deeks (Alexander Skarsgård), um sargento importante na hierarquia militar. Vivendo numa base no Afeganistão, Briggman não é só perseguido pelos inimigos do território onde combate, mas também está sob ameaça daqueles que deviam-lhe proteger.

Baseado em factos reais, Dan Krauss vê uma oportunidade de condensar em uma forma de entretenimento o incrível caso de como tudo aconteceu, podendo ser considerado um excelente acompanhamento ao seu documentário com o mesmo nome, reconstituindo os eventos que lidaram à derradeira descoberta.

É de notar que a acção é mais para além do que qualquer outro filme de guerra moderno que tenhamos visto nos últimos 15 anos, com a diferença de grande parte da fotografia mostrar tudo de forma extremamente pessoal, criando uma certa claustrofobia, e onde podemos sentir a pressão do jovem soldado, onde o dever moral se cruza com fazer tudo para o bem maior, que é proteger a liberdade.

Na verdade, a sua inflexibilidade é notável perante a narrativa, que se cinge a ser uma recriação dos factos, sem pontos secundários ou sequer aprofundar o desenvolvimento da vida das personagens, ficando bastante limitado a este espaço e tempo, podendo ser algo aborrecido, caso procurem uma experiência mais emocionante. Por outro lado, este é também a sua maior qualidade, não perdendo tempo com distracções irrelevantes, que provavelmente não iriam contribuir para o contar desta terrível história verídica.

De longe, Alexander Skarsgård continua o legado de família, sendo aqui uma figura paternal para Andrew, que é apenas um rapaz que sempre quis defender o seu país, onde servir é considerado uma grande honra. A dor ao vermos a sua ingenuidade a ser aproveitada para outros fins é real, e sentimos uma certa proximidade por ele.

Assim, Equipa de Assalto não é um tradicional filme de guerra moderno, onde a tecnologia e as armas dão cenas de acção explosivas, mas sim um filme que mostra o lado mais obscuro do exercito norte-americano, onde os inimigos não são apenas aqueles do lado de fora, mas que podem também ser aqueles a quem confiamos a vida.

Nota Final: 6/10

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