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Cinema: Crítica – Bel Canto (2018)

Adaptado do galardoado romance de Ann Patchett, Bel Canto traz de volta ao ecrã Julianne Moore e Ken Watanabe, num filme escrito e realizado por Paul Weitz. descrito como um drama de reféns, mas que esconde um pouco mais debaixo desse véu.

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Roxanne Coss (Moore) é uma cantora de ópera de renome mundial, que foi convidada a actuar na festa de aniversário do industrialista japonês Katsumi Hosokawa (Watanabe), festa essa organizada na América do Sul pelo governo local que querem muito que ele invista o seu dinheiro na abertura das suas novas fábricas. As coisas correm mal quando a festa é interrompida por um grupo de revolucionários à procura do presidente do país, que não estava presente, começando assim uma tomada de reféns.

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Enquanto que este não é o filme de acção tradicional de reféns, onde o foco está em arranjar uma solução em libertar reféns sem identidade, Bel Canto vai na direcção oposta, cingindo-se quase todo ele dentro da casa onde estão, dando uma oportunidade de nos podermos relacionar com as diversas personagens que reagem de forma diferente perante à situação de risco.

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Pouco a pouco, o filme acaba por mostrar todas as motivações por detrás das acções dos revolucionários, mostrando uma realidade bem diferente daquela que os políticos locais querem dar a conhecer. Estes a quem chamam de terroristas no lado de fora, são na verdade soldados do povo que sabem que a única forma de serem ouvidos é apenas através de alguma violência para captar a sua atenção, sem intencionalmente matar alguém que não seja pela sua causa. É essa a principal preocupação do general Benjamin (Tenoch Huerta), enquanto que tenta resolver as coisas pacificamente com a polícia, com Messner (Sebastian Koch), o intermediário da Cruz Vermelha.

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Entretanto, Hosokawa tem oportunidade de conviver proximamente com a sua cantora favorita, ao qual ambos chegam ao ponto de se relacionarem, apesar de algumas barreiras linguísticas. Mas pelos vistos, o amor também não tem idioma.
Da mesma forma que Gen (Ryo Kase), o tradutor de Hosokawa, este também se apaixona por Carmen (María Mercedes Coroy), após de ela lhe pedir para ensinar a falar e escrever inglês e espanhol. Estas relações criam uma dinâmica repleta de esperança numa situação que normalmente seria baseada no terror.

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Com um elenco capaz, constituído tanto por actores mais conhecidos, como também talentos locais, muitos deles a terem a sua primeira experiência num filme norte-americano, Bel Canto utiliza bem os recursos para criar uma história romântica, com uma pitada de thriller dramático, dando uma nova vida ao livro original. Por outro lado, por vezes cai em alguns clichés irrelevantes que não o consegue diferenciar da emoção de outros filmes do género, jogando demasiado pelo seguro.

Nota Final: 6/10

Ricardo du Doit

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