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Cinema: Crítica – A Ilha da Fantasia (2020)

Nos anos ’80, a RTP exibia uma série de aventura, drama e comédia, onde em cada episódio contava o desenrolar de várias fantasias diferentes em episódios auto-contidos. A série teve direito a 152 episódios, mais dois filmes exibidos apenas em TV.

O produtor Jason Blum, conhecido pela sua produtora Blumhouse Productions, especialistas em maximizar os baixos orçamentos dos seus filmes de terror, juntamente com Jeff Wadlow (Verdade ou Consequência), estreiam agora nas salas um remake que aborda a clássica série de outra forma, em A Ilha da Fantasia.

Melanie (Lucy Hale), Elena (Maggie Q), Bradley (Ryan Hansen), Brax (Jimmy O. Yang) e Randall (Austin Stowell) são um grupo de estranhos, convidados para visitarem a Ilha da Fantasia, gerida pelo Mr. Roarke (Michael Peña), oferecendo a oportunidade dos seus visitantes concretizarem aquilo que mais desejam. A ilha contém algum tipo de poder desconhecido e sobrenatural, e por isso a regra principal é deixar que a fantasia faça o seu caminho natural, aconteça o que acontecer.

Enquanto no inicio somos maravilhados pelas incríveis vistas da natureza da ilha, existe um grande desconforto pela suspeita que as coisas não são aquilo que aparentam. Naturalmente, não seria um filme de terror se corresse tudo como estas personagens planearam aquilo que gostariam de viver; permitindo que, durante uma grande parte do filme, tenhamos algum tipo de variedade nas histórias que vemos, quase como se de uma antologia se tratasse.

Desde vinganças pessoais a segundas oportunidades e reencontros, a simplesmente ter tudo por só um dia, as fantasias reflectem as personalidades de cada uma das pessoas, enquanto percebemos como os poderes da ilha funcionam e sobre que regras. É ao fim de algum tempo, e com várias razões demonstradas, que nos apercebemos que a ilha praticamente inventa aquilo que lhe mais convém, tornando algo que tinha, em papel, uma premissa interessante, num festim de terror sem grandes sustos. Como se isso não bastasse, levamos com uma quantidade ridícula de reviravoltas durante a última meia hora, que nos deixam tontos.

Não é a primeira vez que Jeff Wadlow nos faz destas. O seu filme anterior, Verdade ou Consequência, também apresentava um grupo de adolescentes a jogar o que parecia um jogo inocente, que se tornou num pesadelo de todo o tamanho, e as inevitáveis reviravoltas surpresa no final, que nos deixou a pensar no que tínhamos acabado de ver. A Ilha da Fantasia apresenta problemas semelhantes, mostrando um pouco mais de esforço em contar uma história com algumas camadas, mesmo sendo elas muita finas.

Assim, A Ilha da Fantasia é a continuação da prova que a Blumhouse consegue, pelo menos a nível visual, apresentar grandes resultados com orçamentos reduzidos. Infelizmente, o elenco sofre de argumento com convicções quebradas e incoerente o suficiente para que nunca mais queremos voltar a seja o que isto for.

Nota Final: 4/10

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