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Jogos: Bodycam – Primeiras Impressões

Bodycam combina visuais fotorrealistas com horror, e o seu modo Zombies pode muito bem ser a experiência de sobrevivência mais intensa nos shooters modernos.

Bodycam

Jogo: Bodycam
Disponível para: PC
Versão testada: PC
Desenvolvedora: Reissad Studio
Editora: Reissad Studio

Bodycam

À primeira vista, Bodycam parece um exercício técnico de força. Observando mais de perto, transforma-se em algo mais estranho, mais pesado e mais divisivo, sobretudo quando se entra no modo Zombies, que é, indiscutivelmente, a razão mais convincente para a existência do jogo neste momento.

Os Zombies em Bodycam não são uma distração arcade. São uma mudança de tom. A conhecida fórmula de sobrevivência por vagas está presente, mas filtrada pela perspetiva característica de bodycam do jogo, transformando mecânicas rotineiras em confrontos de cortar os nervos. Visibilidade limitada, distorção nas margens ao virar esquinas e iluminação quase fotorrealista fazem com que cada corredor pareça inseguro. Aqui não se trata de acumular eliminações, trata-se de sobreviver tempo suficiente para conseguir respirar.

A nível mecânico, o modo assume claramente as suas influências. Os fãs de Call of Duty: World at War Zombies reconhecerão imediatamente a estrutura, vagas de inimigos, geradores para restaurar a energia, portas para desbloquear novas áreas e uma expansão gradual do mapa sob pressão constante. Os objetivos empurram o jogador para a frente, em vez de permitirem que se fique acampado indefinidamente.

Bodycam

Uma revisão recente melhorou discretamente a credibilidade do modo. A IA dos inimigos passa agora a comportar-se de forma menos previsível, obrigando os jogadores a reposicionar-se em vez de seguirem rotas decoradas. O ritmo das vagas foi ajustado para manter os níveis de stress consistentemente elevados, e novos tipos de inimigos quebram o ritmo confortável que os veteranos poderiam esperar. Continua a ser simples na sua base, mas está mais afiado, mais agressivo e mais deliberado.

Fora do modo Zombies, os pontos fortes de Bodycam continuam evidentes. O Unreal Engine 5 faz grande parte do trabalho pesado, oferecendo possivelmente os visuais de shooter mais realistas do mercado. O gunplay é punitivo e deliberado, sem HUD, sem mira, sem contador de munições. O design sonoro faz metade do trabalho, transformando passos distantes e ruído ambiental em dados críticos para a sobrevivência.

Mas as falhas são impossíveis de ignorar, principalmente por conta das atualizações. Reduções visuais introduzidas para estabilizar o desempenho comprometem o próprio realismo que tornou Bodycam famoso. Bugs básicos persistem. E a monetização, skins pagas com dinheiro real num título de Acesso Antecipado já caro, parece de mau tom.

Bodycam

Resta concluir que Bodycam é uma espécie de Ferrari com um pneu furado. O modo Zombies é intenso, atmosférico e genuinamente memorável, mas apenas se jogarmos estritamente esse modo.

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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