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Jogos: Shrine’s Legacy – Análise

Shrine’s Legacy é um RPG com aspeto retro que evoca Chrono Trigger, Zelda e Secret of Mana numa aventura moderna.

Shrine's Legacy

Jogo: Shrine’s Legacy
Disponível para: PC
Versão testada: PC
Desenvolvedora: Positive Concept Games
Editora: indie.io, Levelup Games

Shrine's Legacy
Shrine’s Legacy, a estreia da Positive Concept Games, assume orgulhosamente as suas inspirações. Não tenta escondê-las, pelo contrário, celebra-as. Se cresceste a jogar Chrono Trigger, The Legend of Zelda: A Link to the Past ou Secret of Mana, vais reconhecer o ADN de imediato. É uma carta de amor àquela era dourada da SNES, embrulhada numa história sobre amizade, destino e um mundo à beira do colapso.

A premissa é simples, mas clássica: Rio, descendente do lendário Santuário Kailee, tem de reativar a Espada do Santuário recuperando oito pedras elementares para selar o antigo mal, Aklor. Junta-se a ele Mala e Reima, formando o núcleo de um grupo que conduz o jogo pelas suas mudanças de tom, ora sério, ora cómico, muitas vezes algures no meio. Essa variedade tonal é uma das maiores forças do jogo. Shrine’s Legacy assemelha-se a uma viagem de estrada em que cada paragem altera o ambiente e o humor.

Shrine's Legacy

A jogabilidade, contudo, nem sempre acompanha essa homenagem. O combate é em tempo real e simples, ataques básicos, feitiços e, eventualmente, um movimento de esquiva. Mas essa esquiva só fica disponível após várias horas de jogo. Até lá, os combates iniciais parecem-se mais com carregar repetidamente no botão de ataque e rezar para que as animações acompanhem. Mesmo mais tarde, as batalhas mantêm-se um pouco rígidas, sem a fluidez dos melhores exemplos do género. Já as masmorras estão melhor conseguidas: vastas, com várias camadas e repletas de puzzles familiares, mas divertidos. Vais refletir luz através de espelhos, limpar salas de inimigos para abrir passagens e, de vez em quando, parar para admirar a dimensão destes labirintos.

Uma funcionalidade que merece destaque é o modo cooperativo. Tal como em Secret of Mana, podes trazer um amigo, alternar personagens em tempo real e ressuscitar um ao outro em combate. Não está disponível de imediato, mas quando se desbloqueia transforma a experiência de simples homenagem nostálgica em verdadeira diversão de sofá a dois.

Shrine's Legacy

A personalização surge sob a forma das Jóias, 32 bónus únicos que podes equipar para ajustar habilidades. São engenhosas, mas só podem ser configuradas em pontos de gravação, o que acaba por tornar o sistema mais lento do que deveria ser. E já que falamos em gravações, não existe gravação automática. Se te esqueceres de gravar, podes perder uma hora ou mais de progresso. É fiel ao retro, sim, mas não muito amigo do jogador moderno.

No aspeto audiovisual, Shrine’s Legacy brilha. O pixel art é nítido, as animações são cativantes e a banda sonora excecional. Muda de tom tão frequentemente quanto a história, conseguindo transmitir tanto a grandiosidade das batalhas como a leveza dos momentos cómicos.

Shrine's Legacy

Shrine’s Legacy não é perfeito, mas é sincero. Não se limita a ecoar os clássicos da SNES, lembra-nos porque é que esses jogos foram importantes em primeiro lugar.

Nota: 7/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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