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Jogos: Shadow Labyrinth – Análise

Shadow Labyrinth é uma tentativa de reinventar um clássico, mas falha categoricamente.

Shadow Labyrinth

Jogo: Shadow Labyrinth
Disponível para: PC, Nintendo Switch, Nintendo Switch 2, PlayStation 5, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch, Nintendo Switch 2
Desenvolvedora: Bandai Namco Studios Inc.
Editora: Bandai Namco Entertainment Inc.

Shadow Labyrinth

Shadow Labyrinth é uma reimaginação ambiciosa e pouco convencional do PAC-MAN, lançada no âmbito do 45.º aniversário da franquia. Longe das suas raízes arcade, o jogo mergulha os jogadores numa experiência metroidvania sombria e opressiva, ambientada num labirinto de ficção científica em decadência, misturando referências nostálgicas com mecânicas modernas do género.

Se observarmos atentamente, Shadow Labyrinth oferece uma premissa original: transformar o icónico jogo de labirinto num platformer sombrio e focado na exploração. Esta mudança temática é reforçada por um mundo meticulosamente construído, imerso na solidão e decadência. Os ambientes biomecânicos, a paleta de cores sóbrias e o uso estratégico da iluminação criam uma atmosfera perturbadora. A direção artística destaca-se pela coesão, com elementos visuais que ecoam influências da ficção científica distópica e da tradição do body horror.

Shadow Labyrinth

A complementar os visuais está uma poderosa banda sonora industrial-eletrónica que intensifica a sensação de isolamento e desconforto. A interface limpa e os tempos mínimos de carregamento contribuem positivamente para o polimento e imersão geral do jogo.

O título incorpora uma variedade de power-ups e opções de mobilidade que enriquecem a travessia e o combate. Desde impulsos aéreos e mecânicas de gancho até uma transformação mecha e o uso do icónico Puck para consumir cadáveres e fabricar materiais, a diversidade de habilidades é vasta. Estas competências desbloqueáveis são centrais para a progressão, incentivando os jogadores a revisitar áreas anteriores com novas ferramentas, um pilar da fórmula metroidvania.

Contudo, o design dos níveis subutiliza este potencial. As secções iniciais são particularmente lineares, com oportunidades limitadas para exploração significativa ou retrocesso. Os mapas carecem de um layout memorável e da narrativa ambiental vista em títulos de referência do género, levando a uma experiência de navegação algo esquecível.

Shadow Labyrinth

O combate apresenta um sistema personalizável, permitindo que os jogadores melhorem ataques e o medidor “ESP”, adicionando profundidade e estratégia. Ainda assim, o equilíbrio de dificuldade é um problema recorrente. A ausência de configurações de dificuldade, combinada com pontos de verificação escassos e opções limitadas de cura, pode frustrar jogadores menos experientes. A recuperação de saúde só é possível através de nodos designados, e os pontos de salvamento mal posicionados frequentemente resultam em repetição excessiva após a morte.

Um dos elementos mais controversos de Shadow Labyrinth é a sua narrativa. O jogo opta por uma abordagem críptica, retendo informações-chave e deixando os jogadores com pouco contexto para as suas ações. Embora este estilo possa agradar aos fãs de storytelling ambiental e mistério, também pode gerar confusão e falta de envolvimento emocional.

Os encontros com chefes sofrem de inconsistências semelhantes. Alguns são bem concebidos, com padrões de ataque claros, enquanto outros dependem de comportamentos erráticos e oferecem pouca oportunidade de resposta estratégica. A ausência de pontos de salvamento antes das batalhas principais agrava ainda mais a frustração.

Shadow Labyrinth

Em suma, Shadow Labyrinth destaca-se por tentar reinventar um ícone dos videojogos e pela sua apresentação atmosférica rica. Introduz mecânicas inventivas e uma identidade artística forte que o distingue das entradas mais convencionais do género metroidvania. No entanto, a sua narrativa opaca, design inicial linear e curva de dificuldade punitiva limitam o seu apelo mais amplo.

Nota: 5,5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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