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Jogos: Scholar’s Mate – Análise

Scholar’s Mate é um jogo de terror conceptual que não consegue fugir às suas próprias falhas.

Scholar's Mate

Jogo: Scholar’s Mate
Disponível para: PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series
Versão testada: Nintendo Switch
Desenvolvedor: jandusoft
Editora: jandusoft

Scholar's Mate

Scholar’s Mate tenta oferecer uma experiência de terror sombria, baseada em puzzles, para a Nintendo Switch, ambientada num hospital psiquiátrico perturbador. Embora o jogo apresente um desempenho técnico estável — a correr suavemente a 30 frames por segundo, tanto no modo ligado à base como no modo portátil na Switch original — acaba por falhar em quase todos os outros aspetos.

O cenário do jogo, um hospital degradado e sujo, adequa-se bem ao conceito de escape room de terror. Ocasionalmente, visuais perturbadores e inquietantes ajudam a criar atmosfera e alinham-se com as expectativas do género. Alguns puzzles proporcionam breves momentos de satisfação, conferindo aos jogadores uma fugaz sensação de realização.

No entanto, estes pontos positivos são ofuscados por falhas significativas. A atmosfera geral é pouco envolvente e falha em evocar o medo ou o suspense típicos dos jogos de terror. O design dos puzzles é frequentemente ilógico, obscuro e mal explicado, resultando em frustração em vez de desafio. A narrativa é mínima e mal construída, oferecendo uma história de fundo superficial que pouco contribui para sustentar o tema do terror. A protagonista, Judith, é esquecível e sem profundidade emocional, diminuindo a urgência da história.

Scholar's Mate

Os encontros com monstros, um elemento crucial nos jogos de terror, sofrem de uma inteligência artificial pobre, deteção inconsistente e mecânicas de perseguição repetitivas que não cativam. Os controlos de movimento são lentos e desajeitados, especialmente ao agachar, o que dificulta a navegação fluida pelo ambiente. O sistema de checkpoints é inconsistente, obrigando frequentemente os jogadores a ver as mesmas cenas após morrer, o que quebra o ritmo e causa irritação.

Talvez o aspeto mais problemático seja o tratamento da doença mental, retratado de forma insensível e sem a nuance que um tema assim exige. Visualmente, embora algumas cenas mantenham o tom sombrio, outras incluem detalhes aleatórios que quebram a imersão. No geral, o jogo carece de uma sensação de recompensa ou progresso significativo, tornando a experiência mais uma tarefa do que uma viagem envolvente.

Scholar’s Mate tenta misturar o terror em primeira pessoa com mecânicas de escape room, mas acaba por falhar em ambos os aspetos. A curta duração, cerca de duas horas, parece desnecessariamente prolongada devido a más escolhas de design. Em vez de terminar com satisfação, o desfecho traz mais um sentimento de alívio por o jogo acabar do que uma conclusão dentro da história.

Scholar's Mate

Em conclusão, Scholar’s Mate é um título mediano que demonstra potencial, mas é travado por um design fraco dos puzzles, uma atmosfera de terror desinteressante e uma narrativa mal executada. Pode agradar aos fãs dedicados de escape rooms que procuram uma distração breve na Switch, mas, para a maioria dos jogadores, oferece poucas razões para investir tempo.

Nota: 5/10

António Moura

Um pequeno ser com grande apetite para cinema, séries e videojogos. Fanboy compulsivo de séries clássicas da Nintendo.

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