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Sem os portugueses, não havia Nintendo!

Em setembro de 1889 nasceu oficialmente a Nintendo, mas a sua origem remonta a um encontro improvável entre portugueses e japoneses no século XVI. Esta curiosa história está relatada no livro On This Day in History Sh!t Went Down”, de James Fell, e mostra como uma tradição portuguesa influenciou uma das maiores empresas de videojogos do mundo.

Nintendo
Loja da Nintendo em Quioto, que abriu em Outubro de 2023.

Os portugueses, o Japão e… as cartas

No século XVI, os portugueses chegaram ao Japão com dois grandes objetivos: espalhar a fé cristã, mas pelo meio, apresentou-os aos jogos de cartas. Se o cristianismo acabou por ser proibido, já as cartas conquistaram os japoneses.

Inspirados nesse passatempo, criaram o hanafuda — literalmente, “cartas de flores” — que rapidamente se popularizou para diferentes jogos de mesa.

Foi precisamente para fabricar e distribuir hanafuda que Fusajiro Yamauchi fundou a Nintendo Karuta, a 23 de setembro de 1889, em Quioto. O nome Nintendo é geralmente traduzido como “deixar a sorte nas mãos do céu”.

Mesa preparada para uma partida de koi-koi. Foto de Marcus Richert

A ascensão da Nintendo

Nos primeiros tempos, a empresa teve uma dificuldade curiosa: as cartas eram demasiado resistentes. Como não se gastavam facilmente, as vendas eram baixas. A solução? Produzir baralhos mais frágeis, que obrigavam os jogadores a comprar com maior frequência.

A estratégia resultou. Nas décadas seguintes, a Nintendo consolidou-se como a maior produtora de cartas de jogo do Japão. Mesmo a dura fase da Segunda Guerra Mundial não travou o crescimento da marca, que viria a reinventar-se completamente.

Do papel ao digital

Em 1970, a Nintendo deu o salto para os jogos eletrónicos com a Nintendo Beam Gun, uma pistola que permitia disparar contra alvos no ecrã. Foi um enorme sucesso, com mais de um milhão de unidades vendidas, e levou à parceria com a Magnavox, entrando assim no mundo das consolas.

Kôsenjû SP Gun.
A Kôsenjû SP Gun, da Nintendo.

Daí em diante, o caminho foi imparável: Game Boy, NES, Super Nintendo, Wii, Nintendo Switch… e claro, séries icónicas como Mario, Zelda, Pokémon e Tetris, que conquistaram milhões de jogadores em todo o mundo.

Atualmente, a Nintendo é um gigante da indústria, com receitas anuais superiores a 15 mil milhões de dólares e mais de 6.000 funcionários. No entanto, como lembra James Fell no seu livro, a empresa mantém uma fraca transparência ambiental, sem divulgar práticas relacionadas com sustentabilidade ou minerais de conflito.

O curioso papel de Portugal nesta história

No fundo, tudo começou com a chegada dos portugueses ao Japão. O encontro cultural trouxe não só novos produtos e ideias, mas também um simples jogo de cartas que acabaria por inspirar a fundação da Nintendo.

Sem esse contacto histórico, é bem possível que Mario, Link ou Pikachu nunca tivessem existido.livro

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Hugo Jesus

Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.

One thought on “Sem os portugueses, não havia Nintendo!

  1. Um excelente conteúdo. Num mundo de conteúdos recicláveis, influencers superficiais e notícias cor de rosa, há que felicitar quando se produz conteúdo com qualidade. Parabéns pelo artigo.

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