Polar: Lisboa recebe as longas noites do Cinema Nórdico
Lisboa vai acolher, entre 16 e 18 de janeiro de 2026, a primeira edição do POLAR, um novo evento inteiramente dedicado à promoção e celebração do cinema nórdico em Portugal. Ao longo de três dias, o Cinema Fernando Lopes será palco de uma programação cuidadosamente curada, que reúne filmes recentes e obras de referência provenientes da Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca e Islândia.
Organizado pela Associação Il Sorpasso, o evento conta com a parceria da Cinetoscópio, do Cinema Fernando Lopes e da Universidade Lusófona, bem como com o apoio institucional da Embaixada da Noruega e do Danish Film Institute.
A cinematografia nórdica tem consolidado, nos últimos anos, uma posição de destaque no panorama europeu, marcada pela diversidade temática e estilística. Realizadores como Ruben Östlund, Joachim Trier, Nicolas Winding Refn, Thomas Vinterberg, Lars von Trier, Roy Andersson ou Hlynur Pálmason tornaram-se nomes incontornáveis, contribuindo para um cinema capaz de alcançar públicos muito distintos.
“Criar em Portugal um espaço de descoberta e encontro com este cinema pareceu-nos oportuno e necessário”, afirma a organização.

A programação do POLAR celebra também datas marcantes do cinema nórdico:
30 anos de Festen (A Festa, 1996), o primeiro filme do movimento Dogma 95, de Thomas Vinterberg. O aniversário será assinalado com uma conversa dedicada ao impacto e legado deste manifesto que marcou o cinema dos anos 1990 e 2000.
30 anos de Pusher (1996), a surpreendente longa-metragem de estreia de Nicolas Winding Refn, apresentada numa cópia restaurada que sublinha a revitalização do cinema dinamarquês e os primeiros passos de Mads Mikkelsen no grande ecrã.

Entre os destaques da programação, estão duas estreias nacionais finlandesas:
Stormskerry Maja, de Tiina Lymi, candidato da Finlândia aos Óscares, um drama histórico baseado nos livros de Anni Blomqvist, e 100 Liters of Gold, de Teemu Nikki, uma comédia irreverente que se tornou um sucesso de bilheteira na Finlândia.
No domínio do documentário, chega a Portugal um dos filmes mais marcantes do ano: Mr. Nobody Against Putin, realizado por David Borenstein em coautoria com Pavel Talankin. Filmado clandestinamente numa remota cidade mineira russa, o documentário acompanha um professor primário encarregado de registar sessões de “educação patriótica” — missão que rapidamente se transforma num retrato íntimo da crescente militarização das escolas e da resistência silenciosa de quem vive sob vigilância. Amplamente premiado e aclamado, encontra-se na shortlist para o Óscar de Melhor Documentário.
A Islândia está representada pelo cineasta Rúnar Rúnarsson, com a poética curta O e a longa No Romper da Luz, que abriu a Quinzena dos Realizadores de Cannes 2024.

O lado mais sombrio da programação chega com o terror A Meia-Irmã Mais Feia, de Emilie Blichfeldt, um satírico body horror inspirado na fábula da Cinderela, coproduzido pela Noruega, Dinamarca e Suécia. A sessão especial acontece à meia-noite.
Para além das sessões, o POLAR inclui ainda momentos de convívio e debate, reforçando as ligações entre o Norte da Europa e Portugal. Todos os filmes serão exibidos em versão original com legendas em português.
Os bilhetes estarão disponíveis em breve nas bilheteiras do cinema e online.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

