Oscars 2026: Portugal anuncia os filmes pré-selecionados
A Academia Portuguesa de Cinema anunciou os cinco filmes pré-selecionados para votação do candidato de Portugal à categoria de Melhor Filme Internacional na 98.ª edição dos Oscars, marcada para 15 de março de 2026 no Dolby Theatre, em Los Angeles.
Entre as 24 longas-metragens elegíveis submetidas pelas produtoras nacionais, o Comité de Pré-Seleção — composto por Ana Sofia Fonseca (realizadora e produtora), Fernando Luís (ator), Joana Domingues (produtora), Jorge António (realizador e produtor), Jorge Leitão Ramos (jornalista e crítico de cinema), Renata Sancho (realizadora), Rui Cardoso Martins (argumentista) e Susana Gomes (diretora de fotografia) — destacou os seguintes títulos:
BANZO – realização de Margarida Cardoso / produção Uma Pedra no Sapato
Em 1907, um médico numa plantação africana enfrenta a “doença” do Banzo, a nostalgia mortal que consome os trabalhadores escravizados.
HANAMI – realização de Denise Fernandes / produção O Som e a Fúria
Numa ilha vulcânica remota, uma jovem cresce entre febres, sonhos e o regresso inesperado da mãe ausente.
OS PAPÉIS DO INGLÊS – realização de Sérgio Graciano / produção Leopardo Filmes
Inspirado em Ruy Duarte de Carvalho, acompanha a busca pelos misteriosos “papéis do Inglês” no deserto do Namibe, numa viagem entre séculos.
SOBREVIVENTES – realização de José Barahona / produção David & Golias
Um grupo de sobreviventes de um naufrágio de um navio negreiro enfrenta dilemas de poder e sobrevivência numa ilha deserta.
SONHAR COM LEÕES – realização de Paolo Marinou-Blanco / produção Promenade
Comédia negra sobre a eutanásia: dois doentes terminais embarcam numa última viagem até Maiorca em busca de uma morte digna.

O processo de escolha do candidato português prossegue agora com um período de votação entre os membros ativos da Academia, que decorre de 22 de agosto a 10 de setembro. O filme vencedor será anunciado em data posterior.

O caminho até aos Oscars
A categoria de Melhor Filme Internacional distingue longas-metragens produzidas fora dos Estados Unidos, com mais de 50% de diálogos em língua não inglesa. Para a edição de 2026, apenas são elegíveis filmes estreados nos respetivos países entre 1 de outubro de 2024 e 30 de setembro de 2025. O prazo de submissão à Academia norte-americana termina a 1 de outubro de 2025.
O processo segue depois para a seleção internacional: 16 de dezembro de 2025 – anúncio da “shortlist” com 15 finalistas; 22 de janeiro de 2026 – revelação dos cinco nomeados oficiais; 15 de março de 2026 – cerimónia dos Oscars, em Los Angeles.

Na edição anterior, o prémio de Melhor Filme Internacional foi atribuído ao Brasil, com Ainda Estou Aqui, impondo-se a candidatos de França (Emilia Perez), Alemanha (A Semente do Figo Sagrado), Dinamarca (A Rapariga da Agulha) e Letónia (Flow – À Deriva).

No caso do Brasil, vencedor da última edição, o processo de seleção também já está em marcha. Dezasseis longas-metragens disputam a vaga, entre os quais Oeste Outra Vez, Vitória (com Fernanda Montenegro), O Último Azul (Urso de Prata em Berlim, e com estreia nos cinemas portugueses agendada para 4 de setembro), O Agente Secreto (premiado em Cannes, e com estreia em Portugal agendada para novembro), O Filho de Mil Homens, inspirado na obra de Valter Hugo Mãe.

A lista de candidatos inclui ainda Os Enforcados (estreia em Portugal a 2 de outubro), e Manas (em exibição nos cinemas portugueses), de Marianna Brennand, que já conquistou mais de 20 prémios internacionais, e cujos filmes se destacam por serem coproduzidos com Portugal, reforçando a ligação crescente entre as duas cinematografias e que poderá abrir caminho a uma representação luso-brasileira inédita na corrida ao Oscar.

Já para 2026, vários países anunciaram as suas escolhas: Alemanha indicou Sound of Falling (estreia em Portugal em fevereiro do próximo ano); Tailândia apresentou A Useful Ghost; Bulgária, Tarika; Irlanda, o documentário Sanatorium; Palestina, Palestine 36 (estreia em Portugal em maio de 2026); Suíça, Late Shift; República Checa, Eu Não sou Tudo Aquilo Que Quero Ser; e Turquia, One Of The Days When Hemme Dies.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

