Descobre os grandes destaque de cinema para 2026!
2026 prepara-se para ser um dos anos mais densos, variados e energeticamente estimulantes da última década cinematográfica. Entre sequelas aguardadas, renascimentos de clássicos literários, novos capítulos de universos consagrados, animações familiares e o regresso de alguns dos maiores cineastas do nosso tempo, o calendário revela uma diversidade rara. A seguir, um percurso mês a mês pelas estreias previstas.

O ano abre com uma forte carga emocional e pós-apocalíptica. Greenland: Um Novo Começo (8 jan.) retoma a história do cataclismo iniciado em 2020 e acompanha a jornada da família Garrity num planeta devastado. Logo a seguir, 28 Anos Depois: O Templo dos Ossos (15 jan.), de Nia DaCosta, expande o universo criado por Danny Boyle, explorando novas facções e sobreviventes num Reino Unido arrasado pela raiva viral.

Mas janeiro também acolhe filmes autorais surpreendentes: Marty Supreme (22 jan.), com Timothée Chalamet, revisita o pingue-pongue profissional dos anos 50 numa comédia dramática estilizada dos irmãos Safdie; e Mercy: Prova de Culpa, também a 22, coloca Chris Pratt num thriller futurista onde a justiça é administrada por algoritmos falíveis.
O mês fecha com outros títulos radicalmente distintos. Valor Sentimental (29 jan.), de Joachim Trier, mergulha num drama familiar artístico, enquanto Socorro! (29 jan.), de Sam Raimi, inverte papéis de poder numa ilha deserta após um desastre aéreo. Janeiro confirma-se multifacetado, oscilando entre o épico e o íntimo, entre o caos global e a sobrevivência psicológica.

Fevereiro é tradicionalmente forte em dramas prestigiados, e Hamnet (5 fev.), de Chloé Zhao, honra essa tradição com uma recriação sensível da vida familiar de Shakespeare. A ele juntam-se duas grandes adaptações literárias: O Monte dos Vendavais (12 fev.), com Margot Robbie e Jacob Elordi, num romance gótico visualmente exuberante; e Se Eu Tivesse Pernas Dava-te um Pontapé (19 fev.), vencedor em Berlim, sobre a erosão psicológica de uma terapeuta.
No campo do terror comercial, Gritos 7 (26 fev.) devolve Ghostface aos cinemas com Kevin Williamson na realização e várias personagens ressuscitadas — ironia meta ao mais alto nível.

A produção portuguesa marca presença nos cinemas com Terra Vil (26 fev.), um retrato sensível das famílias ribeirinhas afetadas pelas alterações climáticas. E entre os filmes familiares, destaca-se a animação GOAT: O Maior de Todos (12 fev.), onde uma girafa inspira a jornada de um jovem bode apaixonado por basquetebol.

Março traz um alinhamento particularmente forte: Saltitões (5 mar.), da Pixar, explora ecologia, adolescência e metamorfose com humor e emoção, enquanto A Noiva! (5 mar.), de Maggie Gyllenhaal, reinventa o mito da Noiva de Frankenstein com Jessie Buckley num papel magnético.
A seguir, duas obras de peso literário e histórico: O Mago do Kremlin (12 mar.), de Olivier Assayas, desmonta a construção da propaganda russa pós-URSS; e Projeto Hail Mary (19 mar.), adaptação de Andy Weir com Ryan Gosling, apresenta uma narrativa espacial de mistério científico.

O mesmo dia traz O Testamento de Ann Lee, explorando a líder espiritual dos Shakers, enquanto Entroncamento (26 mar.), de Pedro Cabeleira, insere crime e juventude desencantada numa geografia portuguesa carregada de simbolismo ferroviário. Tudo Me Lembra de Ti, também a 26, fecha o mês com uma história de reabilitação e reconciliação emocional.

Abril arranca com força nos géneros. The Super Mario Galaxy O Filme (2 abr.) promete o regresso das personagens dos jogos da Nintendo em mais um deleteite do cinema de animação dos estúdios Illumination. O terror psicológico regressa com Ready or Not 2: O Ritual (9 abr.), onde Samara Weaving enfrenta novos inimigos num jogo fatal renovado.
A segunda metade do mês acolhe duas estreias muito mediáticas: Michael (23 abr.), a primeira parte da biografia cinematográfica de Michael Jackson, e O Diabo Veste Prada 2 (30 abr.), o regresso de Meryl Streep e Anne Hathaway ao universo da moda — uma das estreias mais comentadas da década.

Em Projecto Global, que estreia a 23 de abril, Ivo M. Ferreira retrata Lisboa nos anos conturbados após o 25 de Abril, num thriller político intenso.
Maio combina cinema comercial com obras independentes e nacionais. Mortal Kombat II (7 mai.) reforça a tendência de videojogos adaptados para o grande ecrã em mais um festim de personagens conhecidas dos jogadores. No mesmo mês, David Lowery lança Mother Mary (14 mai.), um drama artístico-musical com Anne Hathaway e Michaela Coel.
No panorama português, 18 Buracos Para o Paraíso (21 mai.), de João Nuno Pinto, retrata tensões sociais num Alentejo seco e decadente. Mas nada supera a antecipação pelo retorno da saga Star Wars aos cinemas com The Mandalorian and Grogu (21 mai.), a primeira longa-metragem da Lucasfilm desde 2019.

Junho é um dos meses mais cheios do ano cinematográfico. Masters of the Universe (5 jun.) apresenta He-Man numa produção épica. A 11 chegam dois pesos pesados: O Dia da Revelação, o misterioso novo filme de Spielberg sobre OVNIs, e a comédia-paródia Scary Movie 6, recuperando metade do elenco original.
A meio do mês, Toy Story 5 (18 jun.) traz os brinquedos de volta para competir com tablets e tecnologia moderna. No mesmo dia estreia Duas Vezes João Liberada, obra portuguesa ambiciosa sobre memória, espiritualidade e criação cinematográfica.
Junho termina com Supergirl (25 jun.), a expansão do novo universo DC.

Em julho, a animação regressa com Mega Mínimos (1 jul.), mais diversão e engenharia caótica dos pequenos seres amarelos. A Disney apresenta Vaiana (9 jul.), adaptação em imagem real do êxito de animação.
No território da comédia, Cut Off (16 jul.), de Jonah Hill, satiriza privilégios e dinâmicas familiares contemporâneas. Mas o grande destaque do mês é A Odisseia (16 jul.), a reinterpretação de Christopher Nolan do poema homérico — uma superprodução épica que poderá dominar bilheteiras e prémios.
Julho encerra com Spider-Man: Um Novo Dia (30 jul.), o novo capítulo do UCM, fundamental para o que antecede Vingadores: Doomsday.

Agosto abre com animação familiar: Patrulha Pata: O Filme dos Dinossauros (6 ago.), mas também com a animação portuguesa VIANA – A Lenda dos Corações de Ouro (6 ago.), que mistura romance medieval, joalharia lendária e fantasia nortenha.
A meio do mês, Flowervale Street (13 ago.) promete mistério suburbano com toques de ficção científica, feito pelo realizador de Vai Seguir-te. A seguir surge Thread: An Insidious Tale (21 ago.), expansão do universo Insidioso, e The Dog Stars (27 ago.), de Ridley Scott, um épico pós-pandémico sobre isolamento, perda e sobrevivência. A 27 de agosto chega Playback, a biografia cinematográfica realizada por Sérgio Graciano que revisita a vida e obra do músico Carlos Paião.

Setembro arranca com força no cinema. No dia 10, a Warner Bros. estreia Clayface — ainda sem data confirmada para Portugal — um mergulho em horror dentro do novo DC Universe, com Tom Rhys a liderar uma história sombria e transformativa. Uma semana depois, a 17, regressa a bruxaria calorosa e caótica de Magia e Sedução 2, que reúne Sandra Bullock, Nicole Kidman e as lendárias tias Owens, agora dirigidas por Susanne Bier.
A 24 de setembro chega aos cinemas portugueses Memórias do Cárcere, de Sérgio Graciano, com Albano Jerónimo, Maria João Bastos e Paulo Pires a encarnarem o drama histórico da prisão de Camilo Castelo Branco e Ana Augusta Plácido, presos sob acusação de adultério.

Outubro começa com um choque duplo logo no dia 1, quando estreiam Verity, adaptação do thriller psicológico de Colleen Hoover com Anne Hathaway e Dakota Johnson, e Digger, o novo filme de Alejandro G. Iñárritu, que coloca Tom Cruise num papel original pela primeira vez em anos. A 8 de outubro, Aaron Sorkin regressa ao universo Facebook com The Social Reckoning, centrado no escândalo desencadeado por Frances Haugen.

Uma semana depois, a 15 de outubro, chega Street Fighter, adaptação brutal do clássico videojogo, com Andrew Koji e Noah Centineo como Ryu e Ken. No mesmo mês, estreia ainda a nova adaptação de Sensibilidade e Bom Senso a 15 de outubro, com Daisy Edgar-Jones e Esmé Creed-Miles, e a 22 de outubro surge Remain, o novo thriller romântico sobrenatural de M. Night Shyamalan, protagonizado por Jake Gyllenhaal e Phoebe Dynevor.

Novembro abre com o espírito travesso de O Gato do Chapéu, no dia 5, uma aventura animada liderada por Bill Hader que inaugura a nova era da Warner Bros. Pictures Animation. No dia 26, há uma dupla estreia: Focker in Law – Os Novos Sogros do Pior, o quarto capítulo da saga Uns Compadres do Pior, que traz Ariana Grande para o grupo de desastres familiares liderado por Ben Stiller e Robert De Niro; e Hexed, o novo filme original da Disney Animation, centrado num adolescente desajeitado cujos poderes mágicos viram a vida — e a da mãe — do avesso.
Já a 29 de novembro, o universo de The Hunger Games volta a Panem com Amanhecer na Ceifa, que promete finalmente contar a história do jovem Haymitch Abernathy no 50.º Hunger Games.

Dezembro acelera forte para o final do ano. A 3 de dezembro, chega Noite Violenta 2, com David Harbour novamente como o Pai Natal mais perigoso do cinema, desta vez preso num centro comercial de New Jersey a combater um criminoso e com Daniela Melchior no elenco. A 3 de dezembro também estreia Astérix et le Royaume de Nubie, nova aventura animada em que um elixir da juventude transforma os gauleses em crianças, obrigando-os a viajar até à Núbia. A 10 de dezembro deverá chegar — ainda a confirmar em Portugal — Jumanji 3, que volta a reunir Dwayne Johnson, Kevin Hart, Jack Black e Karen Gillan.

O 17 de dezembro de 2026 já é apontado pelos analistas de bilheteira, programadores e fãs como um daqueles raros momentos em que a história do cinema comercial se cruza com o caos absoluto: Uma colisão de gigantes tão simbólica, e o termo “Dunesday” começou a circular muito antes dos estúdios se atreverem a comentá-lo oficialmente. A razão é simples: nesse dia estreiam dois filmes que, cada um à sua maneira, carregam um peso mitológico e uma legião de seguidores — Vingadores: Doomsday e Dune: Parte Três.
De um lado, a Marvel prepara um dos movimentos mais ousados da sua história recente, recuperando Robert Downey Jr., não como o carismático Tony Stark, mas sim como o poderoso e aterrador Doctor Doom. A decisão reconfigura expectativas, reacende debates sobre multiversos, reinvenção de personagens e o rumo da própria saga dos Vingadores. Há quem veja isto como um choque calculado; outros, como uma aposta desesperada. Mas todos concordam: Doomsday promete ser um dos eventos globais do ano.
Do outro lado, Denis Villeneuve regressa para fechar a sua trilogia com Dune: Parte Três, adaptando Dune Messiah, talvez o livro mais filosófico, sombrio e politicamente denso do ciclo de Herbert. Doze anos depois, Paul Atreides não é já o herói relutante, mas sim o imperador cujas escolhas ecoam por toda a galáxia — e o público sabe que esta é a história que redefine, de forma devastadora, a figura do “escolhido”. Villeneuve tem aqui a oportunidade de completar a sua visão épica e correr o risco de apresentar um blockbuster profundamente trágico e contemplativo numa altura em que o mercado pede velocidade.
O resultado? Muitos — talvez silenciosamente — vão ver os dois filme no mesmo dia, apenas para poder dizer, no futuro: “Eu estive lá no Dunesday.”

A 23 de dezembro, regressam as aves mais irritadas do mundo da animação e dos jogos com Angry Birds 3: O Filme, reunindo Jason Sudeikis, Josh Gad e até MrBeast no elenco vocal original, em inglês. Por fim, no derradeiro dia do ano, 31 de dezembro, Robert Eggers encerra 2026 com Lobisomem, um terror folclórico medieval descrito como o filme mais negro da sua carreira.
Com estreia prevista para 2026, em data a ser indicada:
Santo António, o Casamenteiro de Lisboa, uma comédia romântica de Ruben Alves (A Gaiola Dourada) que celebra a tradição lisboeta dos casamentos, explorando o confronto entre modernidade e costumes, com Rita Blanco e Joaquim Monchique em destaque; Asas, de Ana Rocha de Sousa, traz à tela histórias reais de mulheres ucranianas refugiadas em Portugal, numa coprodução entre os dois países; O Degelo, dos Capitão Fausto, estreia em 2026 e apresenta uma reflexão sobre música, identidade e a criação artística contemporânea.
Preparado para um ano de muito e bom cinema?
(As datas de estreia são da responsabilidade dos distribuidores, podendo ser alteradas.)
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

