Doclisboa 2025: programa revelado
O Doclisboa anunciou o programa da sua 23.ª edição, que decorrerá de 16 a 26 de outubro nas salas habituais do festival — Culturgest, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa e Cinema Ideal. Este ano, o festival exibirá 211 filmes de 54 países, entre eles 93 longas-metragens e 118 curtas, com 39 estreias mundiais e 31 obras portuguesas.
Mais de 300 convidados internacionais marcarão presença em Lisboa, reforçando o caráter de encontro e reflexão do evento.

A Competição Internacional reúne 12 filmes, incluindo Um minuto é uma eternidade para quem está sofrendo (Brasil, de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro), Vacances (EUA/França, de Victoria Hely-Hutchinson), Towards the Light (França, de Vadim Kostrov) e Cinema Kawakeb (Jordânia, Catar, Países Baixos, de Mahmoud Massad).

Na Competição Portuguesa, destacam-se estreias mundiais como Firewood, de Manel Raga; Água Mãe, de Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres; Andar com Fé, de Duarte Coimbra; Ouro e Cinzas, de Salomé Lamas; e Baía dos Tigres, de Carlos Conceição.

A secção Riscos propõe um percurso entre os primórdios do cinema e a criação contemporânea. Entre os autores em foco estão Gabriel Veyre, operador dos irmãos Lumière, e cineastas atuais como Hassen Ferhani, Javier Rebollo, Marko Grba Singh e Margarita Ledo Andión.
A realizadora convidada é a egípcia Hala Elkoussy, enquanto o vietnamita Minh Quý Trương terá também um lugar de destaque. O programa inclui ainda Shadowboxing, concebido por Cíntia Gil e Jean-Pierre Rehm, inspirado na técnica de treino do boxeur George Dixon.

Entre os filmes da secção Heart Beat, dedicada às ligações entre cinema e música, estão Cast of Shadows (Sami van Ingen, sobre Robert Flaherty), Andy Kaufman Is Me (Clay Tweel), Barkings in the Dark (Marie Losier), Paul (Denis Cotê), Toni, Mio Padre (Anna Negri), Megadoc (Mike Figgis, sobre Megalopolis de Coppola) e Strange Journey: The Story of Rocky Horror (Linus O’Brien).
Haverá ainda uma homenagem a Robert Wilson, com os filmes Stations, Video 50 e Robert Wilson & the CIVIL warS, de Howard Brookner.

A secção Da Terra à Lua contará com obras como Pescadores de Bubaque (Pedro Florêncio), Contemplação Impasse Tentativa (Welket Bungué), Aurora (João Vieira Torres), Tales of the Wounded Land (Abbas Fahdel) e Angela’s Diaries. Two Filmmakers: Chapter Three (Yervant Gianikian, Angela Ricci Lucchi e Tôsô de Masao Adachi).
Em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, o festival dedica uma retrospectiva a William Greaves (1926–2014), pioneiro do documentário afro-americano, cuja obra atravessa questões de justiça social, memória e experimentação.

A secção Verdes Anos voltará a destacar novos talentos emergentes, apostando em obras que exploram a fronteira entre o íntimo e o político. Serão projectados títulos em estreia mundial como Two Days and Two Nights, de Katarina Lanier, Se Eu Não Morresse Nunca!, de David Falcão ou O Fantasma da Virgem, de Patricia Pereyra.

O Nebulae, espaço de indústria do Doclisboa, promoverá encontros, laboratórios e apresentações de projetos para o cinema independente. Já o abcDoc, em parceria com a Apordoc, continuará a vocação educativa do festival com atividades dirigidas ao público escolar.
Com uma programação que vai da memória do cinema às urgências do presente, o Doclisboa 2025 confirma-se como uma das mais importantes janelas para o documentário contemporâneo em Portugal e no mundo.
O programa completo pode ser consultado na página oficial do festival.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

