Cinema: Crítica – Pela Hora da Morte (2018)
Desde da década de ’50 que Jim Henson trouxe ao mundo as icónicas personagens d’Os Marretas, que foi formado um culto à volta dos fantoches que sabiam exactamente o que dizer. Mais tarde, foi a Rua Sésamo a dominar a nossa imaginação.
Em 2018, Brian Henson, filho de Jim, teve outras ideias para mostrar o lado perverso da arte performativa com Pela Hora da Morte.
Passa-se num mundo em que fantoches e humanos partilham o mesmo espaço, ainda que exista algum ódio contra eles.
É quando Phil Philips (a voz de Bill Barretta), ex-polícia tornado detective privado se encontra no meio duma série de assassinatos do elenco de The Happytime Gang, que toma rédeas ao mundo em que vive.
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Mas nem tudo são rosas. A sua ex-parceira, Connie Edwards (Melissa McCarthy), é a detective principal no caso e os dois terão de trabalhar novamente em conjunto para descobrir quem está por detrás dos crimes.
Contado duma perspectiva do cinema noir, são as piadas grotescas que fazem o prato principal deste filme, desde vermos pornografia com fantochada e muitos palavrões a cabeças de feltro e algodão a explodir.
Da quase hora e meia de filme, são imensos os momentos divertidos e politicamente incorrectos. Podem crer que isto não é um filme para crianças.
Apesar da sua história cliché, Pela Hora da Morte nunca condescende o espectador, um factor importante para sua apreciação. Não há nenhum sentimento de arrependimento por quem fez o filme. Pelo contrário, Brian Henson divulgou recentemente que piadas mais adultas sempre fizeram parte do set d’Os Marretas e Rua Sésamo, mas que naturalmente, nunca foram gravadas.
Pela Hora da Morte é certamente a melhor homenagem ao que Jim Henson criou, deixando aqui a cereja no topo do bolo que é o legado dele.
- Pela Hora da Morte estreia dia 23 agosto 2018
Nota: 7/10
Ricardo Du Toit
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.