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Cinema: Crítica – O Último Destino: Descendência

A morte desafia um novo grupo de pessoas em circunstâncias únicas em O Último Destino: Descendência, protagonizado por Kaitlyn Santa Juana.

A saga d’O Último Destino começou numa altura em que o cinema de terror estava ainda a adaptar-se ao novo milénio, que há duas décadas e meia impôs um medo irracional de andar de avião a muitos espectadores, a ano e meio do 11 de Setembro. Ao longo das sequelas, novos medos foram impostos pelas suas mortes aparentemente aleatórias e perfeitamente plausíveis. Quantos condutores não mudam de faixa quando vêem um camião longo carregado com troncos de árvores? Esse é o verdadeiro impacto de uma série de filmes que, apesar de ter chegado antes de SAW – Jogos Mortais, nunca conseguiu replicar bem o seu sucesso, por mais criativas fossem as suas mortes mais sangrentas. 14 anos depois do quinto filme, O Último Destino: Descendência chega às salas, para mais uma dose de criatividade mórbida.

Perseguida por um pesadelo violento, Stefani (Kaitlyn Santa Juana) começa a investigar a sua causa, revelando um novo jogo que a morte tem jogado com aqueles que não morrerem numa tragédia antiga. Querendo quebrar o ciclo, Stefani tem agora que salvar a sua família do destino que lhes espera.

Considerando que a saga, ainda que na sua grande maioria age como um conceito, não tem propriamente uma narrativa ligada a fundo, podendo estas irem sendo desfrutadas como experiências isoladas q.b.; algo que permite alguma liberdade no que toca à forma que as regras da morte funcionam perante a adversidade das pessoas querem-se manter vivas. Neste caso, a abordagem é diferente o suficiente para intrigar até os fãs mais devotos, enquanto suscita uma curiosidade justificada para aqueles que nunca viram nenhum dos filmes anteriores, mantendo-se assim bastante acessível. Seria apenas natural que esta curiosidade fizesse com que os restantes fossem revisitados nas plataformas de streaming, e com bom motivo.

Nisto, a dupla de realizadores Zach Lipovsky e Adam B. Stein (Freaks) demonstram um certo conforto no género, a partir de um argumento de Guy Busick (Gritos, Abigail), Lori Evans Taylor e Jon Watts (Homem-Aranha: Regresso a Casa), provando ser uma junção ideal com um resultado verdadeiramente cativante, sem esquecer que a morte também pode ser divertida.

Homenageando o actor icónico Tony Todd, que gravou as suas cenas antes do seu falecimento no final do ano passado, O Último Destino: Descendência parece ter sido o adeus perfeito à sua carreira, respeitando o seu legado no cinema de terror. Pelo meio, o restante filme é bastante competente e a verdade é que o conceito envelheceu bastante bem, tendo em conta o género hoje, cada vez mais desafiado para explorar novas avenidas. É ainda onde esta sexta entrada ganha: em reconhecer as suas forças e utilizá-las como as armas mortais que a Morte utilizaria em forçar o destino nas suas vítimas.

Nota Final: 7/10

Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

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