Cinema: Crítica – Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final
A celebrar quase trinta anos de existência, Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final culmina com a derradeira missão de Tom Cruise como Ethan Hunt.
Ao longo de três décadas, Ethan Hunt tem sido o centro das missões da IMF (Impossible Mission Force), cada uma delas com o mundo a depender de uma equipa especializada e que tem mudado, pelo menos durante a primeira metade da série. Os realizadores também foram diferentes, com Brian de Palma, John Woo, J.J. Abrams e Brad Bird a liderarem as missões, até à chegada de Christopher McQuarrie. Frequentemente comparado com James Bond, mas claramente no espectro oposto, eis que Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final chega finalmente aos cinemas.
Após os eventos do filme anterior, o ciberespaço está em colapso, com A Entidade a dominar, de alguma forma, o mundo. Hunt (Tom Cruise) e a sua equipa estão em busca de uma solução permanente para derrotar a inteligência artificial neural, a começar pelo código-fonte, que está no submarino russo, algures no mar profundo. Com a humanidade a depender do sucesso da missão, as apostas estão elevadas.
Considerando o que Hunt e a sua equipa já passou nos últimos 30 anos, estamos perante um culminar de uma série que sempre soube manter-se nos carris. Mesmo Missão: Impossível II, considerado o mais espalhafatado da série, tem toda a personalidade de John Woo, quando o mesmo ainda estava a aproveitar a sua carreira a fazer filmes em Hollywood. Claro que McQuarrie certamente olhou para o panorama dos blockbusters, e decidiu ceder uma linha narrativa contínua que começou há uma década, com Nação Secreta. Este aproveitamento, aliado à produção de Cruise, tem oferecido a oportunidade para que o actor, via estes filmes, concretize o que serão certamente um misto de desejo de espectáculo, como desejo de morte, pois todos os filmes contêm manobras alucinantes, e este é possível que seja o derradeiro desafio.
Hunt conta neste filme com o apoio dos seus velhos amigos Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg), como também de algumas adições relativamente recentes, como Grace (Haley Atwell) e Paris (Pom Klementieff) a juntarem-se para salvar o mundo, numa missão verdadeiramente impossível, que os leva pelo mundo. Todos precisamos de um sistema de suporte e Hunt encontra aqui vários aliados à sua causa.
No meio disto, O Ajuste de Contas Final, é longo, com uma duração de quase três horas. Por vezes estica-se na exposição, mas compensa-nos com cenas extensas repletas de intensidade, que nos deixam colados à cadeira e a roer a unhas, de tanto nervosismo. É esse o efeito Missão: Impossível, a incógnita de onde está o ponto de não-regresso, e se ela sequer existe. É com este entusiasmo que existe uma espécie de garantia que será uma excelente sessão de cinema, a ser aproveitado no maior ecrã possível.
Nota Final: 8/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.