Cinema: Crítica – Lilo & Stitch

Chega aos cinemas mais uma adaptação live-action da Disney, desta vez da celebrado título original de 2002, Lilo & Stitch.

As adaptações live-action da Disney têm recebido ao longo dos anos um misto de reacções por parte da crítica e do público, e com bons motivos. A constante tentativa inicial de recriação fiel aos clássicos animados nem sempre se traduziam bem, mas em raros casos acabariam por ser os melhores exemplos – como A Bela e o Monstro e O Livro da Selva – enquanto que os restantes, apesar da sua popularidade resultada em milhões sobre milhões de bilheteira, não captaram a magia como gostaríamos. Eis que assim, chega Lilo & Stitch, realizado por Dean Fleischer Camp.

Conhecemos Lilo (a estreia de Maia Kealoha), uma criança desajustada, após o falecimento dos seus pais, vendo a sua irmã Nani (Sydney Agudong) obrigada a fazer de papel parental. Entretanto, o alienígena Experiência 626 aka Stitch está em fuga, e acaba por aterrar no planeta Terra, travando uma enorme amizade com Lilo, enquanto se esconde não só da Federação Galática, como do misterioso agente da CIA Cobra Bubbles (Courtney B. Vance).

Desde da estreia do original em 2002, que Lilo & Stich criou uma legião de fãs como nenhuma outra personagem da Disney, sobretudo numa era em que a Casa do Rato estava ainda a celebrar o sucesso de vários dos seus filmes nos anos 90, com um súbito período de experimentação com Pacha e o Imperador e Atlântida: O Continente Perdido. Ainda em 2002 estreou O Planeta do Tesouro, que ele próprio ganhou um estatuto de culto; tudo isto antes do icónico À Procura de Nemo. A forma que a adaptação capta a mesma magia dos anos 2000 e do material base, não apenas com o filme original, como também as respectivas sequelas e série de televisão, oferecendo uma muito bem-vinda dose de nostalgia.

Ainda que o elenco cumpre o suposto, este suporta verdadeiramente o significado de ohana, oferecendo momentos acolhedores, não só para fãs que cresceram com a personagem, mas também para os mais novos que irão conhecer pela primeira vez, e muito provavelmente terão curiosidade em visitar as animações na Disney+. Muito desse sentimento acolhedor vem do que poderá ser apenas o super-poder de Dean Fleischer Camp, que após o genial Marcel, a Concha com Sapatos, demonstra uma capacidade sensível como nenhum outro realizador, tornado o filme muito especial.

Assim, Lilo & Stitch é uma adaptação bem conseguida, onde a mistura de live-action e animação CGI oferece-nos uma obra muito competente – um feito talvez creditado pelo sucesso dos filmes do Sonic. Com a nostalgia em alta e um cartaz de estreias de verão em busca de um filme de ânimo leve, estamos perante um excelente inicio de temporada.

Nota Final: 7/10