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Cinema: Crítica – Drop – Número Desconhecido

O que fariam se de repente recebessem notificações estranhas no telefone, acabando por vos arrastar para algo perigoso, onde a vida de alguém que amam está na linha? Essa é a pergunta deixada em Drop – Número Desconhecido, que depois de uma estreia no SXSW, chega aos cinemas nacionais.

O nome de Christopher Landon já é sinónimo de algo intrigante no grande ecrã. Desde Feliz Dia para Morrer que este pega em elementos que suscitam alguma reviravolta, e transforma-os em verdadeiras aventuras entusiasmantes dentro do terror. É um feito que faz sucesso com a sequela Feliz Dia para Morrer 2 e Freaky – Este Corpo Fica-me a Matar. Em Drop – Número Desconhecido, Landon utiliza a tecnologia para guiar uma premissa misteriosa, protagonizada pela actriz nomeada pelo Emmy, Meghann Fahy.

Violet (Fahy) é uma mãe viúva, que após vários anos desde da morte do seu ex-marido, esta decide ir num encontro com Henry (Brandon Sklenar), um homem que conheceu numa aplicação. Durante o jantar romântico, Violet começa a receber mensagens misteriosas no seu telefone, vindo de um remetente desconhecido, acabando por a arrastar para o centro de uma conspiração criminosa, onde não só está a sua vida em risco, como também a do seu filho.

Produzido por Michael Bay e Jason Blum, e as suas produtoras respectivas Platinum Dunes e Blumhouse, este juntar de recursos para apoiar um argumento da dupla de Jillian Jacobs e Chris Roach (Ilha da Fantasia, Verdade ou Consequência), a verdade é a realização de Landon também não consegue carregar uma narrativa inexacta nas suas pretensões, focando-se em algo com mais estilo que propriamente substância. 

Muito disso advém de uma abordagem inspirada por Hitchcock, se o mesmo fosse um millennial, quase Gen Z, com uma vida dedicada às redes sociais e na criação de memes. Adaptações modernas de estilos e fórmulas clássicas tendem a funcionar melhor quando não se reinventa a roda, mas também exigindo algum esforço para trilhar o seu próprio caminho. De alguma forma, Drop – Número Desconhecido não faz nenhum dos dois, apesar de nos tentar enganar durante pouco mais de hora e meia.

Com uma situação intensamente desconcertante, somos confrontados em acompanhar o caos de uma situação difícil de viver, com uma premissa desnecessariamente complicada para atingir as suas metas fúteis, não apenas no grande arco narrativo, como com as próprias personagens, pobre elas, que são arrastadas para um jogo mais próximo de um vilão falhado adolescente, que aprendeu o conceito de maldade com os filmes do 007.

Assim, Drop – Número Desconhecido é um filme completamente mediano, não só nas suas intenções perante o género, como na forma que decide desenrolar a sua história, enganando-nos com aparições de ideias interessantes que rapidamente se tornam aborrecidas; tudo em prol de um entretenimento sem grande originalidade 

Nota Final: 5/10

Ricardo Du Toit

Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

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