Cinema: Crítica – Avatar: Fogo e Cinzas
Depois do fenómeno dos dois primeiros filmes, James Cameron fecha a primeira trilogia com Avatar: Fogo e Cinzas, num filme para ser vivido no grande ecrã.
Quando James Cameron começou a sua jornada com Avatar, e a bater recordes mundiais de box-office na casa dos mil milhões, ninguém previa o sucesso que o filme teria, nem da sua sequela de 2022. A sua dedicação chega de novo ao grande – e ao maior ecrã – com Avatar: Fogo e Cinza.
Continuando os eventos do segundo filme, Jake Sully (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldaña) estão de luto, enquanto que a ameaça permanente das forças humanas querem colonizar Pandora, também terão que enfrentar os Mangkwan, outra tribo Na’vi, liderada por Varang (Oona Chaplin), um grupo dominado pelo fogo e a cinza.
É durante três horas e um quarto que todo este épico se desenrola, com as múltiplas personagens a interligarem as suas intenções e relações em Pandora, como também o conflito existente, não só internamente, com Neytiri a olhar para Spider (Jack Champion) doutra forma, como filho adoptivo; como a missão de lutar contra os humanos que querem destruir e lucrar sobre os recursos planetários.
No que parece ser o filme mais ambicioso de sempre – e sim, entenda-se que todos os filmes desta saga são à partida muito ambiciosos – é também um filme com uma abordagem mais negra e mais zangada, ao incluir Varang, uma personagem nova, levando a sua fé de forma niilista, acreditando no bruxedo e na pureza do fogo, na natureza daquilo que a tribo conhece. É um conceito que acaba por elevar as consequências das acções individuais e colectivas, pondo tudo o que conhecemos sobre este universo em risco. Acontece que com um filme tão longo, o ritmo do mesmo vem em ondas, onde existe mais calma do que propriamente tempestade, mas quando há, chega em força máxima para nosso entretenimento e deslumbre da imagem, tal como seria esperado.
A experiência em IMAX 3D, como podem presumir, é praticamente obrigatória, com os todos os detalhes a serem exibidos na maior definição possível, e uma palete de cores invejável. A frame-rate variável, onde muitas das cenas parecem saídas de um jogo AAA da geração actual, misturando o CGI com imagem real, de forma imaculada.
Assim, Avatar: Fogo e Cinza é uma entrada forte q.b. e a continuação do que parece ser uma longa saga de filmes, e o projecto de vida de um dos cineastas mais inovadores de sempre, seja pela tecnologia que utiliza, seja pelas suas contribuições ao cinema ao longo das décadas. É definitivamente louvável a intenção e dedicação que o mesmo tem, mas para melhor ou pior, a narrativa não apresenta nada por aí além, valendo pela execução do mesmo.
Nota Final: 7/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.

