BATTLANTIS e Air Combat 22: dois clássicos arcade recuperados em 2025
Os clássicos de arcade continuam a encontrar novas vidas nas plataformas modernas, e BATTLANTIS e Air Combat 22 são dois exemplos claros de como jogos de épocas distintas ainda conseguem captar a atenção dos jogadores atuais. Entre fantasia medieval e ação aérea realista, ambos representam filosofias muito próprias do design arcade.
BATTLANTIS
Lançado originalmente em 1987 pela Konami, BATTLANTIS é um shooter arcade com uma premissa simples e direta: defender um castelo de uma invasão constante de monstros. O jogador controla o jovem Rei Cripeuss III, a última esperança da ilha sagrada de Battlantis, enfrentando vagas de inimigos que tentam escalar as muralhas.
A jogabilidade assenta num ritmo rápido e implacável. Os inimigos surgem de forma contínua e o erro é severamente punido, algo típico dos jogos de arcade da época. A ausência de sistemas complexos ou mecânicas modernas é compensada por uma dificuldade muito elevada e por uma progressão baseada na perícia do jogador.
Visualmente, BATTLANTIS apresenta gráficos simples mas eficazes, com sprites claros e uma leitura imediata da ação. A ambientação fantástica distingue-o de outros shooters do seu tempo, apostando mais na defesa territorial do que na progressão tradicional por níveis.
Enquanto experiência arcade pura, BATTLANTIS mantém-se fiel às suas origens. É um jogo muito exigente e um pouco monótono, pensado para sessões curtas e intensas, onde cada partida é um teste à concentração e aos reflexos. Confesso que fiquei um pouco frustrado sempre que o joguei. Não oferece concessões modernas, mas é precisamente isso que o torna interessante para fãs de jogos clássicos e para quem procura compreender a evolução do género.
Air Combat 22
Air Combat 22 foi lançado em 1995 pela Namco, como uma evolução direta de Air Combat, aproveitando o hardware System 22 para elevar o nível técnico dos jogos de aviação em arcade. Ao contrário de BATTLANTIS, aqui o foco está numa experiência tridimensional fluida, com aviões poligonais e cenários amplos.
O jogo coloca o jogador no controlo de caças modernos (para a época), enfrentando missões aéreas que combinam combate, objetivos específicos e gestão de velocidade e altitude. Apesar de continuar a ser um jogo arcade, Air Combat 22 introduz uma sensação de realismo superior à média da época, sem nunca se tornar excessivamente complexo.
A jogabilidade é acessível, mas exige domínio progressivo. A curva de aprendizagem é equilibrada, permitindo que novos jogadores se adaptem rapidamente, enquanto os mais experientes exploram manobras e estratégias mais eficazes.
Air Combat 22 destaca-se como um marco técnico do seu tempo. A fluidez da ação e a escala das batalhas aéreas mostram a ambição da Namco em levar os arcades além do plano bidimensional. Mesmo hoje, continua a ser um exemplo sólido de como equilibrar realismo e acessibilidade num jogo de ação aérea e diverti-me imenso a jogar com o sensor de movimento do meu controlador.
Colocados lado a lado, BATTLANTIS e Air Combat 22 representam duas eras e abordagens distintas do arcade. O primeiro aposta na simplicidade brutal e na repetição desafiante, enquanto o segundo procura imersão e espetáculo técnico. Ambos, no entanto, partilham o mesmo ADN: jogos pensados para capturar o jogador desde o primeiro minuto e desafiá-lo a melhorar constantemente.
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Co-criador e administrador do Central Comics desde 2001. É também legendador e paginador de banda desenhada, e ocasionalmente argumentista.
