Análises: Wanted: Dead, REMEDIUM: Sentinels, e mais
Hoje trazemos-vos uma mega ronda de análises de videojogos, com muitos novos lançamentos de grande interesse, entre eles Wanted: Dead, REMEDIUM: Sentinels, Power Chord, Hell of an Office, e DIG – Deep in Galaxies.
Wanted: Dead
É engraçado como há jogos que aparentam ser algo, e depois são uma variação de algo completamente inesperado, e nem sempre pelos melhores motivos. Em retrospectiva, o slasher/shooter desenvolvido pela Soleil Ltd. e editado pela 110 Industries, Wanted: Dead chega-nos das mãos dos criadores de Ninja Gaiden e Dead or Alive.
Enquanto que a um primeiro relance o conceito de cortar e disparar parece-nos bastante interactivo, oferecendo várias opções de combate, acontece que conjugar ambos acaba por ser uma experiência, no mínimo, estranha, onde nenhuma das duas mecânicas acaba por funcionar a 100%.
Enquanto jogamos com a agente policial Hannah Stone, que faz parte de um grupo de elite das forças de Hong Kong, temos que enfrentar diversos inimigos, como mercenários, membros de gang, militares privados e outros tantos bandidos; tudo enquanto há uma invasão zombie.
Em teoria, tudo em Wanted: Dead poderia funcionar. Por mais absurda fosse a história, algo que não seria um problema, considerando que vivemos num mundo onde jogos como Saints Row e Dead Rising capitalizam nas suas tontices, este jogo quase nos obriga a puxar ferros para ter qualquer tipo de sucesso nas nossas missões.
Acontece que, por mais ambiciosos que sejamos com o nosso arsenal de armas e espadas, não somos tão invencíveis quanto gostaríamos, tendo apenas uma oportunidade de levantarmos do chão caso nos dê uma morte súbita. À segunda vez, somos forçados a recomeçar o nível, e a repensar melhor as nossas decisões de espectacularidade.
Com isto, acabamos por ter muitos momentos frustrantes só para avançar pela narrativa e conseguirmos chegar a algum lado concreto. Pior que isso é uma mecânica que é incapaz de nos deixar decidir quais as melhores armas para a nossa abordagem.
Wanted: Dead tem muito para oferecer para os fãs do género, mas pode se tornar inacessível para aqueles que procuram apenas um shot de adrenalina, mais que um desafio incansável.
Nota Final: 6/10
Wanted: Dead está disponível para PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S (versão testada) e Xbox One.
REMEDIUM: Sentinels
É curioso como um jogo com um conceito simples, e um desenvolvimento algo detalhado, pode conjugar ambos mundos de forma divertida. É o caso do mais recente jogo REMEDIUM: Sentinels, desenvolvido pela Sobaka Studio, e editada pela ESDigital Games.
Neste jogo, lançado recentemente em Early Access, controlamos uma das personagens que temos ao dispor, com uma arma de mão básica. Atirando-nos para um dos três mapas disponíveis aquando o lançamento, teremos que combater hordas de inimigos variáveis, desde pássaros perigosos, a mutantes de seis pernas, e outros bruta-montes cujo único objectivo é matar-nos.
Estes também não vêm sozinhos. À medida que o tempo passa, a quantidade destes também vai ocupando o mapa, perseguindo-nos sem fim. Felizmente, à medida que vão sendo eliminados, deixam cair o equivalente às suas almas, que à medida que vamos acumulando, vamos desbloqueando mais habilidades, como uma serra circular a proteger-nos, uma metralhadora na cabeça, e muito mais.
Como é habitual nos roguelites, a repetição dá espaço à aprendizagem, seja das mecânicas do jogo, como dos próprios mapas que vamos desbloqueando. É com igual prazer que somos enfrentados por uma quantidade variável de inimigos em certas alturas, tornando as coisas mais desafiantes.
Tal como todos os jogos, existem muitas oportunidades de melhorar a experiência, sobretudo com novos conteúdos, e outros modos – um modo infinito, por mais caótico que poderia ser, era muito bem-vindo. Mas para já, existe aqui algo interessante, capaz de nos ir puxando nas horas vagas.
Nota Final: 7/10
REMEDIUM: Sentinels está disponível para PC (versão testada).
Power Chord
O mais recente jogo da Big Blue Bubble põe-nos no palco principal do rock, com um jogo de cartas animado e colorido, repleto de música pesada.
Agarrando nas mecânicas clássicas dos jogos de deck-building, Power Chord apresenta-nos a sua variação, que nos coloca numa banda de rock, a enfrentar outras bandas, com personagens que são a definição de “fixe”.
Podendo ir alternando entre membros do grupo, cada um com os seus poderes e habilidades especiais, em batalhas fenomenais. Seguindo uma linha narrativa onde tudo pode acontecer, somos postos à prova à medida que vamos encontrando inimigos mais fortes, e que gerem o seu baralho de formas muito diferentes, tendo que nós, jogadores, estar prontos para tudo.
No entanto, após a impressão inicial relativamente positiva, onde as mecânicas de jogo, juntamente com os gráficos animados saem por cima, apercebemos-nos que Power Chord rapidamente perde a sua graça, e castiga-nos sem piedade à nossa inexperiência de construir um baralho sólido e vencedor. Por vezes, tende ser um abre-olhos mais agressivo que gostávamos, mas uma vez que a compreensão é definida, facilmente conseguimos defender a nossa posição em palco.
Assim, Power Chord, apesar de não mudar as regras do jogo, oferece-nos uma experiência algo diferente e divertida q.b., mas exige uma dedicação e atenção extra em níveis mais avançados, para alcançar a vitória.
Nota Final: 6/10
Power Chord está disponível para PC (versão testada).
DIG – Deep in Galaxies
Os roguelites independentes em 2D têm ganhado cada vez mais popularidade entre os fãs do género, e com a chegada de DIG – Deep in Galaxies, temos mais um para proporcionar bons momentos.
Optando por uma jogabilidade acessível, inspirada pelos muitos clássicos que vieram antes dele, DIG – Deep in Galaxies aposta na multitude do divertimento na exploração de um mapa relativamente complexo e colorido, repleto de inimigos para defrontar. Igualmente, existe uma componente levada pela curiosidade em descobrir não apenas novos caminhos, mas coisas escondidas pelo meio.
Mantendo essa simplicidade permite que a experiência seja muito satisfatória e tranquila, oferecendo algo de novo ao virar de cada esquina, sejam novos inimigos, itens e muitos outros. Por outro lado, é um jogo que pode ser concluído numa relativa curta duração de tempo, sobretudo se não apreciarmos as pequenas coisas que tem para nos dar.
Nota Final: 7/10
DIG – Deep In Galaxies está disponível para PC (versão testada).
Hell of an Office
Quando Ghostrunner foi lançado em 2020, muitos perderam a cabeça com a sua jogabilidade desafiante, e curva de aprendizagem, com os jogadores a terem que decifrar quais as melhores opções para ter o máximo de sucesso em terminar uma ronda. É uma experiência que tem tanto de frustrante como de recompensador, mas exige um nível de paciência que vai para além de santo.
Em Hell of an Office, somos desafiados numa multitude de níveis a sobreviver ao caldeirão quente do inferno, recorrendo a uma mão cheia de habilidades que nos obriga a fazer o speedrun das nossas vidas. Um passo em falso é o suficiente para arruinar tudo e termos que começar de novo.
Por mais raiva e frustração que estejamos a sentir, o sentimento que temos uma vez que conseguimos concluir o desafio, clicando nas teclas no momento certo e chegar ao fim intactos, motiva-nos a continuar de forma incansável, com muitas horas de diversão, misturadas com gritos avassaladores, a amaldiçoar tudo à nossa volta.
Nota Final: 7/10
Hell of an Office está disponível para PC (versão testada).
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.