Cinema: Crítica – Anaconda
Anaconda volta a rastejar no grande ecrã, com uma aventura que conta com Jack Black, Paul Rudd, e a portuguesa Daniela Melchior no elenco.
Quando Anaconda saiu em 1997, a sua recepção foi inicialmente mista, tanto pelo público, como a crítica, considerado quase trinta anos depois como um filme de culto, e como um dos primeiros grandes filmes protagonizados por Jennifer Lopez. Inúmeras sequelas foram estreadas ao longo de três décadas, tendo praticamente nenhum feito algum tipo de impacto. Alguma coisa motivou agora a Sony a fazer uma espécie de reboot – alguns têm apelidado de meta-reboot, apesar de insistirem que não é reboot nenhum – à série, e Anaconda estreia a tempo de tornar o Natal mais interessante.
Nesta versão, seguimos as vidas de Doug (Jack Black), Griff (Paul Rudd), Kenny (Steve Zahn) e Claire (Thandiwe Newton), quatro amigos de infância que têm a oportunidade de recapturar a magia do cinema, ao fazerem um remake do clássico de 1997. Já na floresta, estes conhecem Ana (Daniela Melchior) e Santiago (Selton Mello), que ajudam na produção do filme.
É inegável o sucesso que a série Jumanji tem por esta altura do ano, e essa er a inspiração para voltarmos à selva com um conjunto de personagens caricatas e que apontam para um filme com uma disposição positiva, misturada com a aventura de estar numa selva, onde tudo pode acontecer. É uma base que a Sony está a contar em capitalizar, pelo menos até ser lançado um novo Jumanji, mas é de admirar a decisão ousadia de estrear o que é essencialmente um blockbuster de verão em plena época natalícia.
Por outro lado, temos um elenco fortíssimo, com uma experiência cómica invejável, permitindo que exista uma enorme margem de manobra em como tornar um filme num autêntico sucesso e ser um perfeito filme-pipoca para desfrutar sozinho, com amigos ou família, com um ritmo bastante casual, contando com o cineasta Tom Gormican, o mesmo que escreveu e realizou O Peso Insuportável de um Enorme Talento, provando ser o realizador certo para este projecto.
Ainda assim, a abordagem de “filme dentro de um filme” é cativante o suficiente para mantermo-nos interessados no desenrolar da narrativa, no mínimo diferente que os tantos demais remakes / reboots / re-aquilo que quiserem; o que torna esta proposta mais aliciante. Se em 30 anos, apenas os maiores fãs de Anaconda têm estado ao seu lado, o seu regresso à ribalta poderá traduzir-se em algo maior, não só para esta série, mas também outras tantas, cujas reputações estão neste momento adormecidas.
Assim, Anaconda é garantidamente um serão casualmente decente no cinema, a celebrar uma época de partilha, ao qual o cinema está incluído. O sentido de aventura e os risos estão presentes, podendo nós simplesmente desfrutar de uma experiência divertida e repleta de entretenimento.
Nota Final: 6/10
Fã irrepreensível de cinema de todos os géneros, mas sobretudo terror. Também adora queimar borracha em jogos de carros.




