LEFFEST: revelados os destaques da 19ª edição
O diretor do LEFFEST — Lisboa Film Festival, Paulo Branco, apresentou o programa da 19.ª edição do certame, que decorrerá de 7 a 16 de novembro em Lisboa. A sessão contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas, e do administrador executivo da NOS, Luís Nascimento.
O festival abre com Father Mother Sister Brother, o mais recente filme de Jim Jarmusch, vencedor do Leão de Ouro em Veneza, e prolonga-se por dez dias de exibições, debates e encontros com autores de diferentes gerações e geografias.

Na Competição Oficial, 12 longas-metragens disputam o Grande Prémio NOS, com um júri composto por Stacy Martin, Kim Gordon, Rodrigo Moreno, Manuel Martín Cuenca, Francisco Aires Mateus e Mohammad Rasoulof. A seleção cruza cineastas consagrados como Richard Linklater, Ildikó Enyedi, Hal Hartley e Christian Petzold, com regressos inesperados (Cai Shangjun, Fernando Eimbcke, Milagros Mumenthaler) e novas vozes emergentes, entre elas o português Pedro Cabeleira com Entroncamento.

Fora de competição, o cartaz inclui alguns dos títulos mais aguardados do ano, entre os quais Dead Man’s Wire, de Gus Van Sant, Hamnet, de Chloé Zhao, Die My Love, de Lynne Ramsay, The Mastermind, de Kelly Reichardt, The Wizard of the Kremlin, de Olivier Assayas, e The Chronology of Water, estreia de Kristen Stewart na realização. O festival exibirá ainda As Meninas Exemplares, de João Botelho, e Maria Vitória, de Mário Patrocínio, ambos acompanhados pelas respetivas equipas.

A secção Descobertas atribuirá o Prémio Revelação a sete filmes de jovens autores, avaliados por um júri que integra o realizador Avi Mograbi e a cineasta Margarida Cardoso.
Entre os Grandes Mestres, Lisboa receberá Aleksandr Sokurov, Sharunas Bartas e José Luis Guerín para apresentarem novas obras. A programação inclui ainda homenagens a Hal Hartley (com a primeira grande retrospetiva europeia da sua carreira), Isabel Ruth, Wagner Moura e Miranda Richardson.
Dois focos geográficos alargam a perspetiva internacional: Um Novo Élan do Cinema Espanhol, com sete títulos inéditos, e O Cinema da Ásia Central, que percorre quatro países da região com 12 filmes representativos das suas novas vagas.

O festival presta também tributo à atriz Marisa Paredes, presença regular desde a primeira edição, recordada através de filmes e testemunhos de amigos próximos.
Nos ciclos temáticos destacam-se Exílios — com filmes, debates, exposição e um cine-concerto de obras de Chaplin — e Revoluções, que revisita a história através do cinema. O programa assinala ainda os 90 anos do compositor Arvo Pärt, com concertos, conversas e projeções.

Entre os clássicos restaurados a exibir contam-se Senso (1954), de Luchino Visconti, La Règle du Jeu (1939), de Jean Renoir, e O Processo do Rei (1990), de João Mário Grilo, agora em cópia restaurada pela Cinemateca Portuguesa.
De 7 a 16 de novembro, o LEFFEST ocupará vários espaços da cidade — do Cinema São Jorge à Culturgest, passando pelo Teatro do Bairro e pelo Cineteatro D. João V — transformando Lisboa numa constelação de salas e encontros que reafirmam o festival como um dos mais importantes da Europa.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

