Novos Trailers com vista para os Oscars
Os recentes trailers lançados anunciam não apenas filmes, mas também potenciais protagonistas da temporada de prémios que se aproxima. Anemone, The Mastermind, Marty Supreme e Uma Grande, Corajosa e Bela Viagem chegam com valor acrescentado, nomes consagrados e histórias que parecem talhadas para o escrutínio crítico e o burburinho da Academia.

Margot Robbie e Colin Farrell encontram-se em Uma Grande, Corajosa e Bela Viagem, um romance de realismo mágico dirigido por Kogonada, cineasta de sensibilidade poética reconhecida em After Yang e Columbus. A premissa – portas que permitem revisitar o passado e talvez reescrever o futuro – abre caminho a uma exploração emocional do destino e da memória, com ecos de cinema clássico mas embebida numa delicadeza contemporânea. O trailer revela um tom encantatório, sugerindo que Robbie e Farrell poderão ser surpresas em categorias de interpretação, enquanto a realização de Kogonada se afirma como um nome cada vez mais incontornável no cinema de autor. Estreia em Portugal a 18 setembro.
Daniel Day-Lewis, um dos maiores atores vivos, regressa após oito anos de silêncio e sob a direção do próprio filho, Ronan Day-Lewis, em Anemone. Já é apontado como um momento cinematográfico raro. O trailer sugere um registo de intensidade contida, lembrando a grandiosidade trágica de Haverá Sangue.

O filme, centrado nos laços entre pais e filhos, combina o peso simbólico de um regresso com o frescor de uma estreia autoral, e não seria surpresa vê-lo disputar a corrida a Melhor Ator e, quem sabe, dar ao jovem Ronan uma entrada fulgurante na realização. O filme conta ainda no elenco com Sean Bean, Samantha Morton, Samuel Bottomley e Safia Oakley-Green. Estreia internacional agendada para outubro.
Kelly Reichardt, figura maior do cinema independente norte-americano, arrisca em The Mastermind uma incursão no filme de assalto, género que subverte com o seu olhar minimalista e humano. Josh O’Connor interpreta um carpinteiro desempregado nos anos 70 que vê no roubo artístico uma saída, num filme que mistura crítica social e suspense. A estreia em Cannes já colocou The Mastermind no radar da crítica, com crescente burburinho em torno de uma possível nomeação a Melhor Argumento Original para Reichardt — uma consagração há muito esperada para uma cineasta que construiu, filme após filme, um universo ético e estético singular. Estreia internacional agendada para outubro.
Josh Safdie, metade da dupla que eletrizou o cinema recente com Uncut Gems, estreia-se a solo com Marty Supreme, uma biografia nada convencional: a do lendário jogador e hustler de pingue-pongue Marty Reisman. Timothée Chalamet, em clara rota de afirmação como rosto da sua geração, surge como Marty Mauser num papel que promete carisma e intensidade, embalado pela melancolia pop de “Forever Young”. O filme, produzido pela A24 e com estreia marcada para o Natal, posiciona-se como uma combinação de espetáculo desportivo, drama existencial e estudo de personagem – território fértil para a Academia, que pode ver em Chalamet um candidato sólido à nomeação a Melhor Ator.
Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

