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James Cameron com agenda bastante preenchida

O realizador James Cameron está a viver um dos períodos mais intensos e ambiciosos da sua carreira. Enquanto o mundo aguarda com expectativa a estreia de Avatar: Fogo e Cinza, o terceiro capítulo da saga de ficção científica de sucesso global, Cameron continua a expandir o seu universo cinematográfico com dois novos projetos marcantes: o drama histórico Ghosts of Hiroshima e a fantasia épica The Devils.

James Cameron

Desde há muito que Cameron deixou claro que Avatar não é apenas uma sequela, mas uma saga de cinco filmes com a dimensão de O Senhor dos Anéis, embora construída a partir de um universo completamente original. Depois de O Caminho da Água e com Fogo e Cinza prestes a estrear, o realizador confirmou na imprensa cinematográfica que pretende realizar os capítulos 4 e 5.

“Não há razão para não o fazer. Estou saudável, estou preparado”, afirmou Cameron. No entanto, reconhece que a tarefa é extenuante: “Tenho de conseguir fazê-lo com vigor, manter a energia durante mais seis ou sete anos. Pode ser que não consiga.”

Apesar de admitir que poderia eventualmente passar o testemunho — como fez em Alita com Robert Rodriguez — Cameron deixa claro que o plano, para já, é concluir a saga com a sua própria visão.

“Se eu conseguir, faço eu. Ponto final.”

Avatar: Fogo e Cinza
Avatar: Fogo e Cinza

Baseado na obra literária de Charles Pellegrino, Ghosts of Hiroshima promete levar aos ecrãs a comovente história real de Tsutomu Yamaguchi, o homem que sobreviveu às duas bombas atómicas lançadas sobre o Japão. Cameron conheceu Yamaguchi dias antes da sua morte, e esse encontro marcou-o profundamente.

“Conheci Yamaguchi no hospital. Foi como se ele nos entregasse o testemunho da sua história pessoal. Por isso, tenho de o fazer. Não posso virar as costas”, afirmou Cameron. Ele e Pellegrino comprometeram-se, nesse momento, a transmitir essa vivência singular às futuras gerações.

O filme será a culminação de uma colaboração de décadas entre Cameron e Pellegrino, que já trabalharam juntos em Titanic e Avatar, e promete ser um marco no cinema histórico e humanista. O trailer promocional do lançamento do livro (internacionalmente a 5 de agosto) é narrado por Martin Sheen e com música de Hans Zimmer e recupera a poderosa citação de Oppenheimer: “Agora tornei-me a morte, o destruidor de mundos.”
O arranque da produção cinematográfica de Ghosts of Hiroshima depende da agenda preenchida do realizador, mas poderá significar uma interrupção no desenvolvimento da vida em Pandora.

Mas nem só de tragédias se faz o futuro de Cameron. O realizador também adquiriu os direitos de The Devils, uma fantasia épica e desvairada de Joe Abercrombie, repleta de monges, cavaleiros imortais, lobisomens, elfos, piratas, vampiros e necromantes, todos envolvidos numa odisseia para levar um ladrão até Troia — numa versão alternativa e delirante da Europa medieval.

“É loucura total. Literalmente lia trechos em voz alta à minha mulher, Suzy. E pensei: ‘Gosto tanto disto, que devia comprar o livro.’”

Hiroshima é um filme que se faz porque se tem de fazer. The Devils é um filme que se faz por diversão”, admitiu Cameron.

James Cameron nas filmagens de “Avatar: O Caminho da Água”

De Pandora ao Japão devastado pela guerra, passando por reinos mágicos habitados por criaturas fantásticas, James Cameron está mais ativo do que nunca, dividido entre projetos com peso histórico, visual e emocional. Se a energia o permitir, veremos todos estes mundos ganharem vida sob a sua batuta mágica.

Ricardo Lopes

Começou a caminhar nos alicerces de uma sala de cinema, cresceu entre cartazes de filmes e película. E o trabalho no meio audiovisual aconteceu naturalmente, estando presente desde a pré-produção até à exibição.

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