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Cinema: Crítica – O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Bem-vindos ao novo universo Marvel!

Primeiros Passos conta-nos a história da primeira família da Marvel: os cientistas Reed e Sue Richards, o irmão de Sue, Johnny Storm, e o melhor amigo de Reed, Ben Grimm.

Dotados de superpoderes numa missão especial, estes quatro tornaram-se os heróis derradeiros da Terra, salvando-a vezes sem conta, diligentes na sua demanda pela paz e pelo progresso.
Agora que a Terra é ameaçada pelo gigantesco e faminto Galactus, cabe ao Quarteto Fantástico travar a sua mais difícil batalha, num combate que mudará o seu mundo para sempre.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

O Quarteto Fantástico faz jus ao nome em vários sentidos. A desafiante ideia de desenvolver a narrativa neste universo alternativo abre caminho para todo um novo nível de tensão e entusiasmo, libertando não só a história, mas também o espectador da típica sinergia Marvel.

Não é preciso ver nada antes, não fazem falta outros filmes – após quase 20 anos disto, é uma lufada de ar fresco voltar a experienciar uma história autocontida.

Por outro lado, o Quarteto em si, bem como o restante elenco, elevam o projeto. A química entre os atores é clara, todas as interações são genuínas e conduzem a um nível de imersão pouco habitual nos blockbusters. Isso é bem complementado pela qualidade dos diálogos.

O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Photo courtesy of Marvel Studios. © 2025 20th Century Studios / © and ™ 2025 MARVEL

Os efeitos especiais são o que se esperava, mas senti que Galactus podia estar mais realista na execução — e infelizmente não é o único que se fica pelo uncanny valley. Senti também que, em certas instâncias, os efeitos que concretizam Shalla-Bal ficaram aquém dos que, há 18 anos, nos trouxeram Norrin Radd.

Por outro lado, Joseph Quinn é o Tocha Humana mais verosímil que já tivemos, os poderes de Reed estão excecionais, e embora inicialmente se estranhe, o Coisa está muito bem conseguido — a performance de Moss-Bachrach não se perde de todo nas camadas de CGI.

Contudo, este filme também me fez alguma confusão com o seu ritmo. Senti, em específico, que o terceiro ato chega cedo — isso ou o segundo ato não se distingue suficientemente do primeiro. A divisão do filme em atos não costuma ser um foco particular no meu visionamento ou análise, mas acredito que haja aqui algo diferente — e possivelmente propositado — na forma como a longa foi construída.

A recriação retro-futurista de Nova Iorque também é louvável. Para além do claro apelo visual, relembra-nos constantemente que este mundo não viveu os capítulos anteriores nem tem um panteão de super-heróis pronto a salvá-lo — e isso dá imenso poder à história.

Num ponto mais negativo, tive pena da performance de Pedro Pascal. A carreira recente do ator tem sido marcada por grandes projetos em rápida sucessão, o que levou a um certo nível de diluição do seu trabalho.

O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos
Photo courtesy of Marvel Studios. © 2025 20th Century Studios / © and ™ 2025 MARVEL

Aqui, outra vez, Pedro é o “Pai” da família — e portanto interpreta-se de novo. O problema do typecasting sente-se aqui. Não significa que o ator tenha sido uma má escolha, mas sim que eu não vi Reed Richards, vi Pedro Pascal.

O mesmo não se aplica a Kirby ou Quinn, que se reinventaram bem nos papéis, e certamente não afetou Ebon, que passou o filme quase todo coberto de calhaus digitais.

Num último à parte, foi uma pena não ver John Malkovich. O ator, que figurou inclusive no material publicitário, foi completamente removido do filme. Compreendo questões de pacing e até eventuais oportunidades narrativas, mas isso não invalida o dissabor.

Gostei muito do H.E.R.B.I.E. e espero vê-lo mais vezes.

Mais Marvel, mas diferente, nostálgica e muito bem-vinda. Mais uma excelente aposta neste verão recheado de heróis.

CLASSIFICAÇÃO:
8/10 (vulgo umas quatro Fantásticas estrelas)

O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Henrique Correia

Jovem dos 7 ofícios com uma paixão enorme por tudo o que lhe ocupe tempo.
Jedi aos fins-de-semana!

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